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    Morte - O Grande Mistério

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    Morte  -  O Grande Mistério Empty Morte - O Grande Mistério

    Mensagem  Convidad Qui Jul 21, 2011 9:28 pm

    O Processo de Morrer - Os seres humanos enfrentam dois tipos de morte:
    Extemporanea ou prematura - um obstaculo ou acidente que leva a nossa vida a um fim prematuro.
    Esgotamento natural do nosso tempo de vida - todos temos um certo tempo de vida aqui na Terra para cumprirmos o que viemos a cumprir e retornar-mos.

    Se já estamos vivendo aqui e agora, tambem continuaremos a viver quando o processo da morte nos chegar, apenas abandonaremos o corpo fisico e despertaremos para a nossa verdadeira natureza - a Sabedoria da ausência do Ego.

    Do Livro Tibetano dos Mortos: " Ó filho/filha de uma familia iluminada, chegou aogra aquilo que é chamado "morte"; adote assim esta atitude:"Cheguei à hora da minha morte e agora, por meio dela, abraçarei somente a atitude do estado iluminado da mente, do amor, da bondade e da compaixão, e atingirei a perfeita iluminação para o beneficio de todos os seres sencientes cujo numero é tão ilimitado quanto o espaço ... " I love you
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    Morte  -  O Grande Mistério Empty Re: Morte - O Grande Mistério

    Mensagem  Monstrinho Sex Jul 22, 2011 1:31 am

    Mulher Celta escreveu:O Processo de Morrer - Os seres humanos enfrentam dois tipos de morte:
    Extemporanea ou prematura - um obstaculo ou acidente que leva a nossa vida a um fim prematuro.
    Esgotamento natural do nosso tempo de vida - todos temos um certo tempo de vida aqui na Terra para cumprirmos o que viemos a cumprir e retornar-mos.

    Olá Mulher Celta! Seja bem-vinda.

    Repare que, do ponto de vista da morte biológica, pode realmente haver esses dois tipos de mortes. Mas de um ponto de vista espiritualista, tanto faz morrer-se bruscamente ou pelo esgotamento dos órgãos. O tópico aqui é sobre morte... "O Mistério da Morte". Qual mistério? Há mesmo a morte? Há nascimento? Ou o Espírito é que mergulha no mundo de Maya para se submeter à provas que, todas elas, se resumem a uma só: identificar a ilusão e sair do domínio de Maya, que na Doutrina Espírita é chamado de "libertar-se da matéria"?


    Mulher Celta escreveu:
    Se já estamos vivendo aqui e agora, tambem continuaremos a viver quando o processo da morte nos chegar, apenas abandonaremos o corpo fisico e despertaremos para a nossa verdadeira natureza - a Sabedoria da ausência do Ego.

    Estamos vivendo o que exatamente "aqui e agora"? Se já estamos vivendo a "sabedoria da ausência do Ego", então aqui entra a "morte" como metáfora, em que em Paulo de Tarso figura como "matar energicamente o homem velho", ou seja, matar o ego.

    A propósito, a maioria dos espíritas utilizou a passagem bíblica do Novo Testamento sobre a "ressurreição" como argumento em prol da existência e veracidade da reencarnação. E também, esses mesmos espíritas utilizam a passagem em que Jesus fala sobre o "nascer de novo", com Nicodemos. Mas estaria Jesus a falar mesmo de reencarnação??

    O nascer de novo tem que se dar "em vida"; é quando nós morremos para o mundo, e o Espírito, uma vez despido do ego (sabedoria da ausência do ego), "renasce", ou toma consciência da sua verdadeira natureza. Pergunta Nicodemos: "como poderei, mestre, estando já velho entrar de novo no ventre de minha mãe"? Mas Jesus diz em outra passagem que é preciso "renascer da água e do vinho", "ressuscitar da carne" Shocked ! "Renascer da carne". O que é esse "renascer da carne" senão a tomada de consciência do Espírito, da sua condição de Espírito? Do desvelamento da ilusão de que ele não é o corpo e sim o Espírito?

    E Jesus acrescenta: "aquele que não nascer de novo não entrará no Reino dos Céus", o que, foi interpretado erroneamente pelos espíritas, uma vez que viram como única interpretação possível as reencarnações sucessivas (Roda de Sansara) como o único meio de se aperfeiçoar ("evoluir" é o termo que eles usam) paulatinamente, o que sugere a idéia de que em poucas reencarnações, ou mesmo em uma única, não seria possível essa "entrada no Reino dos Céus". Não! O "nascer de novo" é renascer na própria carne, em o Espírito tomando consciência da sua Natureza Divina, e, como diz Allan Kardec, "vivendo a vida espiritual por antecipação" Wink

    Mas os espíritas parecem desinformados a respeito do próprio Kardec. Sei que o Espiritismo ergueu a bandeira da Reencarnação como algo verídico e até provável pela ciência, mas a meu ver, o que mais interessa é a questão do "renascimento na própria carne", de outro modo, cria-se a idéia, como o fizeram os espíritas, de que temos várias reencarnações para "evoluir", e portanto, a questão espiritual, a questão do auto-conhecimento fica relegada a segunda instância, já que temos a eternidade para alcançar o "Reino dos céus que está dentro de vós.

    Ora, se o Reino de Deus está dentro ou no meio de vós, então não é preciso esperar a morte chegar para adentrá-lo, mas, muito pelo contrário, o próprio Alllan Kardec afirma que o objetivo da reencarnação é o Espírito se aperfeiçoar, e se "o homem sábio é aquele que vive a vida espiritual por antecipação", então esperar a morte chegar para tomar consciência de que se perdeu tempo iludido com as coisas e idéias mundanas é um engodo, já que o Espírito tem a oportunidade de fazer isso em poucas vidas, quem sabe nessa mesmo?? O Mundo de Regeneração "está aí", e "os Espíritos imperfeitos são excluídos dos mundos felizes, cuja harmonia perturbariam" (Allan Kardec, "O céu e o inferno").


    Mulher Celta escreveu:
    Do Livro Tibetano dos Mortos: " Ó filho/filha de uma familia iluminada, chegou aogra aquilo que é chamado "morte"; adote assim esta atitude:"Cheguei à hora da minha morte e agora, por meio dela, abraçarei somente a atitude do estado iluminado da mente, do amor, da bondade e da compaixão, e atingirei a perfeita iluminação para o beneficio de todos os seres sencientes cujo numero é tão ilimitado quanto o espaço ... " I love you

    Sim, e isto é nesta vida ainda, ainda quando encarnados. O termo morte está entre aspas no texto acima, demonstrando que o morrer é uma metáfora, é morrer para o mundo, e viver "em Cristo e para Cristo", ou seja, viver a vida espiritual ainda nesta vida, por antecipação, de outro modo, de que serviria a reencarnação?

    Abçs,

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    Morte  -  O Grande Mistério Empty Re: Morte - O Grande Mistério

    Mensagem  Convidad Sex Jul 22, 2011 6:34 am

    [quote="Monstrinho"]
    Mulher Celta escreveu:O Processo de Morrer - Os seres humanos enfrentam dois tipos de morte:

    Sim, e isto é nesta vida ainda, ainda quando encarnados. O termo morte está entre aspas no texto acima, demonstrando que o morrer é uma metáfora, é morrer para o mundo, e viver "em Cristo e para Cristo", ou seja, viver a vida espiritual ainda nesta vida, por antecipação, de outro modo, de que serviria a reencarnação?

    Se não há morte como pode haver reencarnações? A ideia de morte ou reencarnações está associada ao pensamento e à imaginação e às memórias que daí se fabricam, tudo ilusões. Quando termina o pensamento surge o silêncio, a verdadeira essência onde não há espaço nem tempo para ilusões.

    Adeus
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    Morte  -  O Grande Mistério Empty REFLEXÕES SOBRE A MORTE

    Mensagem  Convidad Sex Jul 22, 2011 9:23 am

    (29) REFLEXÕES SOBRE A MORTE
    (Krishnamurti, do livro ‘Reflexões sobre a Vida’).
    (P = pergunta; K= resposta de Krishnamurti)
    (leia com atenção)

    P. Muitas escrituras, culturas e crenças falam da ‘morte’. As concepções cristãs, islâmicas e outras sobre a morte são muito superficiais. As teorias e doutrinas, sobre esse assunto, mesmo as explicadas por mestres e instrutores religiosos, não são, absolutamente, satisfatórias. A questão não é apenas o medo da morte, o medo de não ser (mais nada), mas, também, o que acontece depois da morte. Isso sempre foi um problema para o homem, em todos os tempos, e ninguém parece tê-lo resolvido até agora. Que dizeis?

    K. Consideremos primeiramente o nosso impulso de fugir ao fato da morte através de certas crenças, como a ressurreição (no Ocidente) e a reencarnação (no Oriente), ou através de outras cômodas racionalizações (céu, paraíso, inferno, o fim último de todas as coisas etc.). Nossa mente tem tanta ânsia de achar uma explicação satisfatória para a morte que, com muita facilidade, descamba para a ilusão, desta ou daquela espécie ou facilmente crê nas poucas (e vagas) explicações que as religiões populares nos dão. A esse respeito é necessário que sejamos muito cuidadosos.

    P. Mas, é essa, exatamente, a maior dificuldade. Ansiamos por alguma espécie de certeza, principalmente da parte daqueles que julgamos sabedores ou experientes no assunto; e, quando não achamos tal certeza, produzimos ou aceitamos, em virtude de nosso desespero ou esperança, nossas próprias e confortantes teorias e crenças. Assim a crença ou a teoria, por mais irracionais, absurdas, incoerentes ou disparatadas que sejam, se tornam necessidades para nós.

    K. Por mais satisfatório que seja nosso meio de fuga, ele não traz nenhuma compreensão do problema. O medo é a causa da fuga. O medo surge do nosso desconhecimento do que seja a morte, e traz o movimento da fuga ao fato, ao que é. A crença, por mais confortante que seja, contém a semente do medo (porque, não sendo fruto de nossa experiência, sempre restarão dúvidas). Fechamo-nos (e fugimos) ao fato da morte porque não queremos olhá-lo de frente (o homem sempre teme o desconhecido, e a razão disso é porque teme o conhecido), e as crenças e teorias oferecem uma solução muito simplista do problema. Portanto, se a mente quer descobrir o extraordinário significado da morte, terá de afastar (em primeiro lugar), mas sem esforço e sem resistência, a ânsia por uma esperança ou teoria confortante. Isso é evidente.

    P. Mas, isso não é exigir demais? Para compreendermos a morte, precisamos estar em desespero (já que devemos afastar de nós qualquer esperança)! ?

    K. De modo nenhum. O desespero só existe quando não existe esperança? A esperança nada mais é do que ilusão. Porque pensar sempre em opostos? A esperança será o oposto do desespero? Se for, então a esperança contém a semente do desespero, a semente do medo. Se queremos ter compreensão, não é necessário estarmos livres dos opostos (pois só trazem dúvidas, incertezas, conflitos, sofrimento)?
    O estado da mente é de suma importância. As atividades da mente com relação ao desespero ou esperança impedem a compreensão da morte (pois que a mente estará em confusão, em atividade, em conflito, se esforçando para compreender).
    Para que nos venha a compreensão, o movimento dos opostos (o movimento da mente) deve cessar (todos nossos pensamentos, raciocínios, linguagem, são baseados nos opostos, como também o é o desejo, medo, inveja, ambição, insatisfação, vontade, decisões). A mente tem de considerar o problema da morte com um percebimento totalmente novo (já que a morte é o novo, o desconhecido), livre do processo já nosso familiar – o processo do reconhecimento.

    P. Percebo a importância da mente se livrar dos opostos, embora julgue isso extremamente difícil. Mas, o que significa ‘ficar livre do processo do reconhecimento’?

    K. O reconhecimento é o ‘processo do conhecido’, produto do passado (só reconhecemos aquilo que já é nosso conhecido, o que já está na memória). A mente tem medo daquilo com que não está familiarizada. Se conhecêsseis a morte não lhe teríeis medo, não necessitaríeis de artificiosas explicações. Mas, não se pode reconhecer a morte, porque ela é uma coisa totalmente nova, nunca experimentada antes. O que se experimenta se torna ‘o conhecido’, o passado, e é desse passado, desse conhecido que provém o reconhecimento. Enquanto houver esse movimento, de reconhecimento, vindo do passado, não existirá ‘o novo’.
    O que estamos explanando, juntos, não é uma coisa que é para ser meditada depois, amanhã, mas que deve ser experimentada diretamente, agora, à medida que vamos prosseguindo. Essa experiência não pode ser armazenada, porque, se armazenada, seja ela o que for, ela sofrerá a interferência do ‘eu’ (com seus raciocínios, associações, comparações, crenças, opiniões, suposições), ela se tornará memória, e a memória, o principio do reconhecimento, barra o acesso ao ‘novo’, ao ‘desconhecido’. A morte é o desconhecido. O problema não é saber o que acontece após a morte, vede bem, mas de purificar (limpar) a mente do passado, do conhecido. Poderá, então a mente ingressar, viva, na ‘mansão da morte’, conhecer a morte, o desconhecido.

    P. Estais afirmando que é possível conhecer a morte mesmo quando ainda estamos vivos?

    K. Um acidente, uma doença, a velhice, produzem a morte. Mas, em tais circunstancias uma pessoa não está plenamente lúcida. Há dor, esperança ou desespero, medo do isolamento, medo do nada, medo de deixar para trás tanta coisa que acumulou na vida, e a mente, o ‘ego’, está, consciente ou inconscientemente, a batalhar contra a morte; isso é inevitável. Com medrosa resistência à morte vamo-nos desta vida. Mas, é possível – sem resistência, sem morbidez, sem impulsos sádicos ou suicidas – enquanto ainda estamos cheios de vitalidade, com a mente vigorosa – é possível entrarmos na ‘mansão da morte’? Isso só é possível quando a mente morre para o conhecido, o ‘eu’. Nosso problema, portanto, não é a morte; o problema é a mente libertar-se dos séculos de experiência psicológica acumulada, libertar-se da memória, com sua carga crescente que fortalece o ‘eu’ e o torna, cada vez, mais requintado.

    P. Mas como fazer isso? Como pode a mente libertar-se dos grilhões que ela mesma criou (pois foi a mente que, pela genética, cultura, costumes, crenças, opiniões, associações se fez como é hoje)? Parece, então, que, para purificar a mente do passado, se torna necessário, ou a ação de algum agente externo ou a intervenção da parte mais nobre de nossa mente. É isso?

    K. Esta é uma questão complexa. O agente externo seria, ou a influência do ambiente, cultura, crenças (o condicionamento), ou algo existente além dos limites da mente. Se o agente externo for a influência do ambiente, acontece que é essa mesma influência que, com suas tradições, crenças e culturas, tem mantido a mente na escravidão em que se encontra, que fez da mente o que ela é hoje. Se o agente externo é algo que existe além da esfera da mente, é bem evidente, então, que o pensamento, ou o raciocínio, ou a imaginação (que são operações e produtos da mente, do ego, do passado) não podem, de modo nenhum, alcançá-lo (pois esse algo estará além dos limites da mente).
    O pensamento é produto do tempo; está ancorado no passado, e não pode, em tempo algum, existir livre do passado. Se o pensamento se liberta do passado, deixa de ser pensamento (não há mais pensamento, pois o pensamento é totalmente baseado nas experiências do passado). Especular sobre o que existe além da esfera da mente é apenas fantasiar. Para a intervenção daquilo que se acha além do pensamento, além do ego, é necessário que o pensamento - o ‘ego’, o ‘eu’ – deixe de existir. A mente deve estar, totalmente, imóvel (sem operações), vazia, tranqüila - com a tranqüilidade da ausência de ‘motivo’ (que é toda idéia, necessidade, emoção, desejo ou estado que impele a se realizar uma determinada ação). A mente não pode atrair Aquilo a si. A mente pode dividir, e de fato divide, a sua esfera de atividades, classificando-as em nobres ou ignóbeis, desejáveis ou indesejáveis, boas ou más, superiores ou inferiores, mas todas essas divisões e subdivisões estão dentro dos limites da própria mente; e, assim, todo movimento da mente, em qualquer direção que seja, é reação do passado, do ‘eu’, do tempo. Esta verdade é o único fator de libertação, e aquele que não a percebe permanecerá na sua escravidão, sem liberdade, não importa o que faça. Suas penitências, votos, disciplinas, religiões, crenças, estudos, orações, suposições, raciocínio, sacrifícios e controles poderão ter uma significação sociológica, psicológica, confortadora, mas nenhum valor têm com relação à verdade libertadora.
    Orações, promessas, emoções, imaginações, raciocínio, opiniões, tentativas de compreender, leituras e ensinamentos não levam à verdade; nem as expectativas, nem as lembranças. São apenas ‘dedos apontando para a lua’; o que leva à verdade é o esvaziamento da mente, do cérebro de qualquer vestígio do passado, de qualquer vestígio do ‘eu’. Só assim saberemos o que é a morte.
    (Para que cesse qualquer vestígio do passado, do ‘eu’, faz-se necessária a meditação; só, então, podemos vir a perceber o ‘novo’, o desconhecido que é a morte porque, na meditação, o ‘eu’ cessa, deixa de existir; e, quando o ‘eu’ deixa de existir, significa que a morte chegou, não a morte fisiológica, mas a morte do ‘ego’, que é, apenas, passado). ...............................................................

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    Morte  -  O Grande Mistério Empty Morrer todos os dias

    Mensagem  ken Qua Jul 27, 2011 10:24 am

    Amigo Coronel, complementando sua mensagem:

    Sobre o morrer todos os dias - (Krishnamurti)


    O pensamento é o resultado do passado a atuar no presente; as vagas do passado estão de contínuo submergindo o presente. O presente, o novo, está sempre sendo absorvido pelo passado, o conhecido. Para se viver no presente eterno, é necessário morrer para o passado, para a memória; nesta morte há renovação, sem a limitação do tempo.

    Estende-se o presente para o passado e para o futuro; sem compreender-se o presente, fica- nos fechada a porta para a compreensão do passado. É tão fugaz a percepção do que é novo; nem bem o sentimos e já o submerge a rápida corrente do passado, e o novo deixa de existir.

    Morrer para todos os dias passados, viver cada dia renovadamente — tal só é possível se formos capazes de estar passivamente vigilantes. Nessa vigilância passiva nada se nos acrescenta; nela há uma tranqüilidade intensa, na qual se assiste ao desenrolar perene do novo, na qual o silêncio se estende infinitamente.

    Procuramos servir-nos do novo como meio de destruir ou consolidar o velho, e com isso corrompemos o presente, em que palpita a vida. O presente renova, e dá-nos a compreensão do passado. É sempre o novo que dá compreensão, e na sua luz assume o passado um significado novo e vivificante. Quando ouvimos uma coisa nova, ou a sentimos em nós, nossa reação instintiva é compará-la com o velho, com algo já conhecido e sentido, com uma lembrança já quase a apagar-se. Essa comparação dá força ao passado, desfigura o presente, e por essa razão se transforma o novo sempre em coisa passada e morta. Se fosse o pensamento-sentimento capaz de viver no presente, sem o desfigurar, veríamos, então, o passado transformar-se no presente eterno.

    Para alguns de vós terão, porventura, estas palestras e exposições despertado uma compreensão nova e estimulante; o que agora importa é que se não ajuste o novo a velhos padrões de pensamento ou velhas fraseologias. Deixai o novo como está, livre de contaminação. Se for ele verdadeiro, a sua luz abundante e criadora dissipará o passado. O desejo de dar permanência ao presente criador, de torná-lo prático ou útil, despoja-o de seu valor. Deixai que o novo viva, sem estar ancorado no passado, sem a influência deformadora de temores e esperanças.

    Morrei para vossa experiência, para vossas lembranças. Morrei para vossos preconceitos agradáveis ou desagradáveis. Morrer assim é tornar-se incorruptível; tal estado não é de aniquilamento porém de criação. É essa renovação que, se o permitirmos dissolverá os nossos problemas, por mais complicados, e os nossos sofrimentos, por mais intensos que sejam. Só na morte do “ego” haverá a vida."


    Krishnamurti - Conferências com perguntas e respostas realizadas nos anos de 1945 e 1946, em Ojai, Califórnia, Estados Unidos da América. Do livro: O Egoísmo e o Problema da Paz – Ed. ICK – 1946





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    Morte  -  O Grande Mistério Empty Re: Morte - O Grande Mistério

    Mensagem  Monstrinho Qua Jul 27, 2011 7:16 pm

    [quote="dim-dim"]
    Monstrinho escreveu:
    Mulher Celta escreveu:O Processo de Morrer - Os seres humanos enfrentam dois tipos de morte:

    Sim, e isto é nesta vida ainda, ainda quando encarnados. O termo morte está entre aspas no texto acima, demonstrando que o morrer é uma metáfora, é morrer para o mundo, e viver "em Cristo e para Cristo", ou seja, viver a vida espiritual ainda nesta vida, por antecipação, de outro modo, de que serviria a reencarnação?

    Se não há morte como pode haver reencarnações? A ideia de morte ou reencarnações está associada ao pensamento e à imaginação e às memórias que daí se fabricam, tudo ilusões. Quando termina o pensamento surge o silêncio, a verdadeira essência onde não há espaço nem tempo para ilusões.

    Adeus

    Pensei na morte como um estado - o mergulho no "mundo de maya" - em que vive temporariamente o Espírito. Daí dizer que não há morte e nem renascimento. Para quem é ou já foi leitor assíduo e contumaz dos romances espíritas, ou aqueles que trabalham na Mediunidade recebendo informações sobre a vida dos Espíritos, têm-se que, a maioria dos Espíritos vivendo no Mundo de Provas e Expiações estão desencarnados. A maioria não quer e não é obrigada a reencarnar, mas nos informa Allan Kardec, que a "evolução" só ocorre de fato com a experiência da reencarnação, com o mergulho do Espírito na carne, que nós chamamos de "mergulho em Maya", como na estória de Narada e Krishna, em que Narada sai para buscar água para Krishna - ambos estão num passeio pelo deserto - e este se encanta com um linda mocinha, se casam, são felizes (ele se reencarna) e depois uma inundação mata a mulher e os filhos de Narada, e Krishna aparece por detrás perguntando "onde está água? Faz meia-hora que saíste para buscar a água", E Narada diz que se tinha passado 12 anos, preso que estava ainda às idéias do mundo material, pois o reencontro com Krishna pode ser muito bem o reencontro com a própria consciência, agora livre das ilusões mundanas. E Narada tem que, novamente reencarnar, para conhecer o que é Maya - pois que este era o objetivo a que ele tinha se proposto ao reencarnar, e falhara nessa sua empreitada. Como encontramos no Livro dos Espíritos "são os próprios Espíritos que solicitam as provas e freqüentemente sucumbem".

    É nestes termos que o próprio nascimento e morte também são ilusões para Espírito, uma vez que ele só reveste uma roupagem que lhe dá a sensação de ser um ser humano, com corpo, enfim, de ser uma entidade real do ponto de vista social, enquanto ego.

    Mas até aqui talvez eu esteja apenas repetindo o que todos, e particularmente você, já sabe de cór e salteado.

    Uma questão que me incomoda, todavia (ainda que seja por curiosidade), é o porquê da necessidade das reencarnações. Por exemplo, se um Espírito tem consciência do que é Maya, por que ele tem que correr o risco de se adentrar uma vez mais ao mundo de Maya, para correr novamente o risco de ficar iludido? ==> "Para provar a Deus que ele é capaz de amar incondicionalmente" - diz Pai Joaquim.

    Os Espíritos desencarnados estão todos iludidos então? (Acho que a grande maioria, sim!)

    Tomara que que nos livremos de todas as ilusões. Já pensaram ter que voltar aqui de novo? Laughing

    Abçs,

    Monstrinho
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    Morte  -  O Grande Mistério Empty Re: Morte - O Grande Mistério

    Mensagem  Monstrinho Qua Jul 27, 2011 7:42 pm

    Ok.

    Li os posts do Coronel e do Ken. Toda a problemática do "medo do futuro" se encontra no "cultivo" do passado, na alimentação da memória. O novo só aparece - diz Krishnamurti - quando nós morremos para o passado, quando não contaminamos as idéias e experiências novas com as memórias (tradições, conceitos antigos, condicionamentos, regras, tabus, vícios, pré-conceitos e idéias) do passado.

    Sim, concordo, mas eu mesmo não me lembro de estar pensando no futuro com base no passado. Mas qual é então, esse novo que surge?? Parece ser um "nada", pois como é que se constrói um futuro sem que exista algo como "estrutura" ou como referencial? Calando ou suprimindo o ego através da meditação?

    Se sim, me parece que é preciso retomar de modo mais intenso a meditação, então, para se suprimir esses "resquícios de memórias" para dar lugar ao novo.

    Me permitam a questão: não há aí, algum medo presente já que, uma vez não tendo idéia alguma do 'novo', do que está por vir, não é natural que exista esse medo do desconhecido?

    Ante o medo do desconhecido, nem por isso eu recuo para o tracidionalmente posto e conhecido. Mas aí em que ficamos? Ficamos na ansiedade - conceito importante em Rollo May - pois se não sabemos o que é o novo, ficamos ansiosos ao pensar "o que é ele afinal"?

    Ah, por que eu já não nasci iluminado como o Krishnamurti? Aí não teria que me afligir com todas essas pré-ocupações da mente! Very Happy



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    Morte  -  O Grande Mistério Empty Medo da morte?

    Mensagem  Monstrinho Qua Jul 27, 2011 8:02 pm

    K. Por mais satisfatório que seja nosso meio de fuga, ele não traz nenhuma compreensão do problema. O medo é a causa da fuga. O medo surge do nosso desconhecimento do que seja a morte, e traz o movimento da fuga ao fato, ao que é. A crença, por mais confortante que seja, contém a semente do medo (porque, não sendo fruto de nossa experiência, sempre restarão dúvidas). Fechamo-nos (e fugimos) ao fato da morte porque não queremos olhá-lo de frente (o homem sempre teme o desconhecido, e a razão disso é porque teme o conhecido), e as crenças e teorias oferecem uma solução muito simplista do problema. Portanto, se a mente quer descobrir o extraordinário significado da morte, terá de afastar (em primeiro lugar), mas sem esforço e sem resistência, a ânsia por uma esperança ou teoria confortante. Isso é evidente.

    Mas a questão é: quem tem medo da morte? Eu mesmo nunca tive, desde a minha infância. Talvez tenhamos medo do que acontecerá depois da morte - isto para nós reencarnacionistas, porque, para aqueles que estão "bem postos no mundo" (=bastante iludidos), o único medo que existe é com relação ao futuro. Onde já se viu falar que um homem rico ou um sexólatra tenha medo da morte? Eles não pensam nisso. Eles pensam no "aqui e agora", no prazer que eles possam desfrutar, quando em um caso um tem dinheiro para satisfazer seus prazeres e conquistas, e noutro caso o outro tem um corpo saudável que permita-lhe satisfazer seus desejos.

    É uma faca de dois gumes: "viver o aqui e agora". Os materialistas, os que se dedicam "de corpo e alma" à satisfação de seus desejos, não pensam na morte, pois que estão concentrados o tempo todo em satisfazer os seus desejos materiais, como o animal que não pensa senão no dia de hoje, a saber que precisa buscar a comida para a sua sobrevivência.

    Mas, e nós? É difícil falar das nossas experiências particulares para os outros, mas eu vejo a morte como "estando logo ali". Não vejo uma grande distância do dia de hoje, até o dia da morte. Mas deve haver uma preocupação em comum entre nós que é "como estaremos em termos de consciência perante a morte"?

    O único jeito de ter essa certeza é já tendo essa consciência agora. Não vejo outra maneira.

    Lógico que há pessoas que têm medo da morte, e fico extremamente penalizado quando vejo alguém assim. Mas por outro lado, penso que as pessoas que não têm medo da morte, não o tem justamente por esse conjunto de crenças criado pelas religiões de que há o inferno para os maus, o purgatório para os "meio-termo" e o céu para os bons. Como TODOS sem exceção de um sequer Laughing se jugam bons, logo acreditam irem direto para o céu depois da morte não é isso?

    Estamos debatendo o que afinal? o medo da morte ou o nosso medo de se defrontar perante ela? Pois, nós já sabemos de antemão que a consciência nos acusa de que não estamos preparados para a morte, ou como encontramos no Livro dos Espíritos: "Onde está escrita a Lei de Deus", e a resposta é "na consciência". Assim, cada qual sabe se está em condições de enfrentar a morte sem medo, ou se, depois dela, irá aparecer aquele remorso de não ter aproveitado a reencarnação para se libertar das ilusões e se liberar da Roda do Samsara.

    Assim, o único jeito é "morrer" em vida. Não vejo outra maneira de se enfrentar a morte de "cara limpa" Evil or Very Mad

    Abçs,



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