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    Sociologia e Ideologia da Ciência: a ciência como mito e representação simbólica dominante na sociedade

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    Sociologia e Ideologia da Ciência: a ciência como mito e representação simbólica dominante na sociedade  Empty Sociologia e Ideologia da Ciência: a ciência como mito e representação simbólica dominante na sociedade

    Mensagem  Máscaras de Deus Sáb Jun 04, 2011 8:41 pm


    Para quem não sabe, devo dizer que o debate sobre a relação entre a Física Quântica e a Filosofia Oriental, já se encontra formalizado na Antropologia em termos acadêmicos desde há algumas décadas.

    Acredito que hoje, essas teorias estejam mais desenvolvidas e estão ganhando força, principalmente com a divulgação das doutrinas e filosofias orientais na internet.

    Digo isso porque não precisamos unicamente recorrer à Filosofia Oriental para tentar trazer uma nova visão de mundo no Ocidente.

    Enquanto a razão ocidental dizia que a diferença entre o homem e os outros animais é que "o homem é racional e o animal é irracional", a Antropologia veio desbancar essa descrição/definição pobre e arrogante e dizer que a diferença básica é que o homem é um animal simbólico, ou seja, ele constrói uma realidade simbólica a partir de representações, idéias e conceitos sobre o mundo em que vive.

    A Antropologia e a Psicologia - que são as duas ciências caluniadas pelo cientificismo como "perfumaria" e "pó-de-arroz" - serão as ciências do futuro, pois que, são elas, principalmente a Antropologia, que estão a fazer a crítica da razão e do cartesianismo.

    O Método Científico é uma modalidade de dogma defendido com unhas e dentes pelos seus partidários. Ele, o Método, estuda o mundo exterior, e diz que conceitos como "interior", alma, são invenções de pseudo-ciências e religiões.

    É por isso que uma crítica à razão dualista e ao método científico só poderia vir da Antropologia e da Sociologia do Conhecimento.

    Coube ao físico teórico, sociólogo e historiador da ciência, Tommas Kuhn, fazer a seguinte pergunta: "por que, entre várias hipóteses para se explicar um fenômeno, apenas uma é eleita como a verdadeira"? (e, isso, dentro da própria ciência).

    Obviamente que a Filosofia da Ciência de Karl Popper, Gaston Bacherlard e Lakatos, tem resposta para esta questão.

    Mas a resposta da Sociologia da Ciência era que a ciência não está desvinculada dos interesses econômicos e políticos.

    O Sociólogo da Ciência Jorge Dias de Deus, diz que a ciência cumpre o papel que os mitos e, posteriormente, as religiões cumpriram no passado: explicar por que uma tal sociedade está organizada desta e não daquela maneira; explicar porque existem as desigualdades sociais, as doenças, a violência, as guerras etc. Diz que cabe á Ciência, hoje, fornecer esse tipo de explicação, fornecer o quadro explicativo de funcionamento da sociedade.

    Antes, quando a Inquisição te queimava vivo, ela dizia que era para o fogo purificar os teus pecados de herege, e hoje, a Academia (= Ciência) te joga na fogueira do ridículo, ao asseverar, que, se você não é partidário do Método científico, no mínimo você é um impostor e charlatão defensor de alguma pseudo-ciência.

    Então, a ciência - diz Jorge Dias de Deus - é o Mito Dominante. A poderosa construção simbólica das ciências físicas, o poderoso formalismo matemático da Física, retira a personalidade dos fenômenos: peras e maçãs são comparáveis quando submetidas à força da gravidade . E, continua Jorge Dias de Deus, apesar de saber que é a Terra que gira em torno do Sol, podemos perfeitamente continuar acreditando que é ele que gira em torno da Terra, sem que com isso haja qualquer mudança em nossas vidas.

    Quando a Ciência estabelece que é a Terra que gira em torno do Sol, ela torna consenso na sociedade - pelo menos pretende isso e no mais das vezes consegue - que todas as demais teorias que dizem o oposto, são mentirosas, são pseudo-ciências.

    A ciência é pois, o mito dominante da nossa sociedade, na medida em que, ela se constitui enquanto uma poderosa representação simbólica do que é a realidade e principalmente na medida em que ela se torna hegemônica, no sentido de ela pretender que só a sua explicação é válida, e todas as demais são falsas.

    Jorge Dias de Deus vai além: diz que a Ciência é que, em última instância, legitima todas as práticas sociais, uma vez que, tendo ela estabelecido através da criação da realidade simbólica o que é certo e errado, feio e bonito, grandioso e desprezível, bom e mau, logo todas as práticas, convenções, condicionamentos, normas e representações sociais, são justificadas e legitimadas pela ciência.

    Então esse trabalho de criticar o pensamento dualista é um trabalho de criticar a própria ciência, que é hoje, no ocidente, a que representa de modo hegemônico as teorias e práticas dualistas.

    No brilhante livro - Sociologia do Conhecimento: pragmatismo e pensamento evolutivo - do sociólogo da ciência Renan Springer de Freitas, a tese defendida por Freitas é a de que, os vários paradigmas concorrentes, as várias explicações e visões de mundo advindas dos mitos, das religiões, da ficção científica, da própria ciência e etc, teriam, à maneira dos seres vivos, sofrido o processo de "Seleção Natural", de modo que o "espécime" sobrevivente seria a razão ocidental, ou seja, a ciência.

    Assim, nem a religião, nem o mito, teriam sobrevivido no Processo Evolutivo, e nessa peneiragem da "Seleção Natural" das idéias, quem sobreviveu, quem "mostrou ser mais forte e consistente" foi o pensamento científico. Bastante controverso não acham? Obviamente que essa tese é aplaudida pelos partidários do método, que gostam de fingir que são os representantes da verdade.

    A crítica antropológica sempre foi a seguinte: um pajé ou um xamã representa a "instituição cientifica" de uma tribo. Ele dá a explicação sobre como as coisas acontecem e porque acontecem. Assim, o que mata, não é o veneno de um líquido preparado a partir de uma planta, mas sim as orações que são feitas durante o seu preparo.

    Qual explicação é a verdadeira: a da ciência, de que é o veneno da planta que mata, ou a do xamã, dizendo que são as orações durante o preparo do líquido que mata? Esse é o questionamento dos antropólogos, porque se o xamã estivesse equivocado no seu conhecimento, é fora de dúvida que a sua sociedade (sua tribo) teria se extingüido muito fácil e rapidamente.


    REFERÊNCIAS:

    "A Crítica da Ciência: sociologia e ideologia da ciência" - Jorge Dias de Deus (Org.)
    "Sociologia do Conhecimento: pragmatismo e pensamento evolutivo" - Renan Springer de Freitas
    "A Estrutura das Revoluções Científicas" - Tommas S. Kuhn
    "O que é Ciência Afinal?" - Allan Chalmers
    "O Novo Espírito Científico" - Gaston Bachelard
    "A Lógica da Pesquisa Científica" - Karl Popper

    http://mascarasdedeus.blogspot.com/2011/04/sociologia-e-ideologia-da-ciencia.html

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    Sociologia e Ideologia da Ciência: a ciência como mito e representação simbólica dominante na sociedade  Empty Delírios da Razão II

    Mensagem  Monstrinho Qua Jun 15, 2011 11:36 pm


    Todas as opiniões que há sobre a natureza
    Nunca fizeram crescer uma erva ou nascer uma flor.
    Toda a sabedoria a respeito das coisas
    Nunca foi coisa em que pudesse pegar como nas coisas;
    Se a ciência quer ser verdadeira,
    Que ciência mais verdadeira que a das coisas sem ciência?
    Fecho os olhos e a terra dura sobre que me deito
    Tem uma realidade tão real qwue até as minhas costas a sentem.
    Não preciso de raciocínio onde tenho espáduas.


    Aberto Caeiro (Fernando Pessoa) - IN: Poemas Inconjuntos (1913-1915).


    http://mascarasdedeus.blogspot.com/2011/06/delirios-da-razao-ii.html

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