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Filosofia Oriental e Espiritualismo Prático

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    Renúncia e Desapego do Mundo Através da Meditação

    Monstrinho
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    Renúncia e Desapego do Mundo Através da Meditação  Empty Renúncia e Desapego do Mundo Através da Meditação

    Mensagem  Monstrinho Qua Jun 15, 2011 3:46 am



    Bom, depois de tantas postagens, a partir de diversos autores, textos, poemas, comentários, chega um pouco de teoria não é mesmo?

    O que é a Meditação afinal? Como se pratica o desapego? Desapego de que? Será vender tudo o que temos e dar aos pobres? Pois, esta foi a idéia errônea e deturpada que o Cristianismo nos legou.

    Pois que, o desapego que devemos ter é precisamente das idéias. Tais idéias e pensamentos continuam fluindo o tempo todo em nossa mente, e geram, não raro, estados de ânimo diversos como pré-ocupação, ansiedade, alegria, sentimentos de culpa, indecisão, desejos, desânimo, vontades, ódios ressentidos, sentimentos de vingança, de ternura, e principalmente o medo: medo de perder o que temos, medo de não mais termos o status social de que desfrutávamos, medo de perder o nosso amor, a nossa posição dentro da empresa, medos... Medo de tentar, medo de fracassar, medo disso ou daquilo.

    Não obstante, todas essas idéias e pensamentos não são reais, são apenas, idéias e pensamentos, que no entanto, nós tomamos à conta de realidade, sempre que vivenciamos emocionalmente tais idéias e pensamentos.

    Uma das técnicas Zen de Meditação é, pois, nomear esses pensamentos, no afã de perscrutar e descobrir a pseudo-realidade desses pensamentos. Assim, nos ensina o Zen, "temos que nomear os pensamentos". "Ela não me quer": não é uma realidade isto, é apenas o pensamento chamado "ela não me quer". "Fulano me olha com menosprezo"; "não sei se a minha palestra ou a minha aula de amanhã será boa, não sei o que pensarão", e enfim, outros numerosos exemplos poderiam ser citados.

    Todos esses pensamentos são ILUSÕES, e na Prática da Meditação é que encontramos essa constatação. Um dos métodos eficazes e muito utilizados é ficar na posição "Flor de Lótus", com as pernas cruzadas, olhos fechados e coluna ereta, observando SEM EMITIR JUÍZOS OU OBJEÇÕES sobre esses pensamentos que nos surgem.

    É assim que descobrimos que o "ela não me quer", não é uma realidade constatada é apenas uma idéia, um pensamento que nos surge à mente, e que acreditamos ser real. Talvez ela não o queira mesmo, mas a questão é: Por que existe a preocupação de "ela tem que me querer"? E o próprio Buda, através dos seus ensinamentos vem nos dizer da pseudo-realidade dessas idéias e pensamentos: trata-se do desejo, ou seja, da busca do prazer e de satisfação almejados pelo eu ou pela personalidade.

    E por que então - perguntar-se-à - essas idéias sobre Felicidade e Infelicidade se nos afiguram como "estados da alma" legítimos e consumados historicamente? Esta é uma boa pergunta, cuja resposta se encontra na História do Cristianismo. Todas as nossas práticas, idéias e ideais são cristãs... O Cristianismo, ao longo de 2 mil anos, construiu a idéia dualista de que, de um lado está Deus e a perfeição, e de outro, está o ser humano - como diz o nosso amigo Marco, a escória do Universo -, idéia essa que foi trabalhada de forma perversa pelos condutores de rebanho e religionários cristãos de todas as épocas.

    Friedrich Nietzsche localizou o cerne dessa problemática quando, o povo de Israel subjugado pelos persas construiu a idéia do Salvador, que iria salvar Israel de "todos os dominadores cruéis e perversos e restaurar o Estado de Israel". Mas, observa Nietszsche, o povo de Israel tem duas alternativas no cativeiro: escolhe entre Ser ou Não-ser; escolhe a primeira, mas com isso renega toda a alteridade, e com isso cria o monoteísmo no Ocidente - não confundir "Monoteísmo" com "Monismo".

    Não obstante, surge um problema: essa idéia do "Salvador que virár libertar o povo de Israel do jugo de seus verdugos", é transmutada pelos sacerdotes do tempo de Jesus - fariseus, saduceus e demais sacerdotes e intelectuais religiosos - e reinterpretada em termos do "salvador que virá redimir o mundo e os homens do pecado", pois o "pecado" será, doravante, considerado o grande "subjugador" das almas.

    Nesse contexto, aqueles que operam a transmutação do conceito de "Salvador", criam a ideologia - rapidamente difundida por todos, incluindo os discípulos de Jesus - de que, Jesus, o Cristo, vêm para salvar o mundo do pecado e do erro, da ignorância.

    Obviamente que, aqueles que proclamam tais enunciados, rapidamente se arvoram em "representantes de Deus na Terra", pois, se Jesus veio para salvar o homem da iniqüidade e do pecado, uma vez ele estando "morto", há que se ter alguém, grupos e pessoas que "representam" Jesus-Deus na Terra, e com isso cria-se a idéia da Necessidade de Proteção.

    Incrivelmente, Jesus que veio à Terra ensinar a todos como serem sí próprios e se libertarem de todos os jugos e condicionamentos sociais, é reinterpretado como o Messias que, irá salvar a humanidade de todos os problemas, dores, doenças, guerras, aflições, mas a partir da recorrência a esses grupos dominantes - leia-se Igreja Romana - que, doravante, será a única autorizada a prescrever fórmulas, meios e práticas de se combater o mal no mundo.

    O Cristianismo pois, logrou incutir no imaginário social, que todos somos crianças necessitadas de proteção, e que, somente outrem - principalmente as instituições sociais como a religião, a família e a ciência entre outras - é que poderá solucionar os nossos problemas.

    É assim que, quando surge a pseudo-realidade "ela não me quer", "fulano me olha com desprezo", "estou depressivo", "os negócios não vão bem na empresa", sempre recorremos a forças exteriores a nós. Num caso vamos ao tarólogo, noutro, procuramos o psiquiatra ou o pastor, o sacerdote, e até mesmo o médium cujos Espíritos manifestantes poderão nos dar as respostas e soluções que buscamos, e ainda noutro caso, procuramos bancos que nos emprestam dinheiro a juros e até mesmo conselhos de amigos, parentes, familiares, e enfim, buscamos em todos os lugares, menos dentro de nós mesmos.

    Essa problemática é elucidada na comovente estória de vida de um dos mais lúcidos "gurus" e "mestres" do século XIX na Ìndia: Jiddu Krishnamurti.

    Krishnamurti foi "adotado" como o grande messias ressurgido por Annie Besant, através de um vidente que lobrigou uma aura muito brilhante em Krishnamurti. Ele foi educado de maneira especial, e logo foi conduzido a dar palestras e ensinamentos na Inglaterra e, posteriormente nos Estados Unidos, à conta de "o novo Messias que veio para restaurar o Reino de Deus". Devido á essa alcunha, proclamada e divulgada socialmente pelo grupo e pela escola de Besant, Krishnamurti se viu ridicularizado quando chegou aos Estados Unidos, e lá então, em meio ao retiro espiritual em que vivia com seu irmão, decidiu que ele não podia aceitar esse título. Mais que isso, decidiu e ensinou às multidões mais tarde, que ninguém poderia se constituir enquanto autoridade para solucionar os problemas de outrem. Recusou o título de mestre e guru, e não permitiu que houvesse seguidores à sua pessoa e ao que ensinava, de modo que Krishnamurti não deixou à posteridade nenhum sistema de Filosofia a ser seguido.

    Ele recomendou às pessoas, em suas palestras, que nínguém, nem mesmo ele, poderia fazer nada por elas; que caberia às próprias pessoas enfrentar os seus problemas sem a ajuda de instituições, pastores, mestres, gurus, psicólogos, sacerdotes e etc.

    Krishnamurti prega - mais ou menos à maneira de Nietszche - que devemos nos libertar de todos os condicionamentos sociais, e cita um exemplo muito interessante sobre a questão do desapego: um monge pode estar vivendo na misantropia, mas ainda assim, "repleto das coisas da sociedade". Há até, um conto Zen, referindo-se a essa questão, em que, estando um monge sozinho na floresta, se desespera quando há um incêndio, na preocupação de que a sua tanga poderia ser queimanda junto com a sua cabana. E ele, Krishnamurti, não poupa adjetivos para mostrar como aqueles que vivem uma vida monastérica e de renúncia, o fazem apenas materialmente, mas estão "cheios, repletos das coisas da sociedade", como as preocupações a que já nos referimos no começo deste texto.

    Então, o que nós estamos esperando? Será que nós estamos esperando o pastor, o "ilustre Espírito fulano de tal, através do competente médium sicrano de tal" dizer o que devemos fazer e como devemos solucionar os nossos problemas?? É isso que nós estamos esperando?? Que a benzedeira ou o xamã venha, por meio de um ritual e de aplicação de líquidos obtidos a partir de plantas terapêuticas, curar a nossa depressão, ou fazer com que o "nosso amor" volte para os nossos braços? É isso o que estamos esperando??

    Será que estamos esperando o aval da sociedade para aprovar o nosso novo emprego? Para aplaudir o fato de termos abandonado o "grande emprego na multinacional" e agora termos nos tornado um pintor de quadros ou um músico de botequim?? É isso que estamos esperando?

    Esperando que os amigos, a sociedade, os pais e a parentela, venha dar o seu parecer se a nossa namorada é bonita, bem comportada ou não? Se ela usa saia ou calça apertada, enfim... temos a namorada para nos encaixarmos dentro do quadro de exigências sociais vigentes, ou a temos porque gostamos e aceitamos ela do jeito que ela é??

    "Aceite a vida como ela é", proclama uma das bases mais sólidas do Zen-budismo e de toda a Filosofia Oriental.

    Mas não, nós sempre estamos à busca de "um lugar ao sol" na sociedade não é mesmo? Trocamos o nosso carro, mas logo surge o modelo novo, e, por sugestão dos "amigos", logo corremos lá a comprar o modelo novo.

    A Prática da Meditação ou Desapego das Idéias Mundanas, é uma prática que faz-nos voltar ao nosso próprio interior, e, a partir da Observação dos pensamentos, conceitos e idéias que afluem à nossa mente a todo instante, podemos, a partir de uma prática constante - diária - ver que esses pensamentos, conceitos e idéias não são nossos. São pensamentos que nos ensinaram a pensar; são idéias que existem historicamente, e que se acreditam verdadeiras; são conceitos construídos e representados simbolicamente com o fito de conferir inteligibilidade ao mundo, e às nossas relações sociais, familiares, amorosas e outras.

    Na Prática da Meditação ou Desapego às Idéias Mundanas, é fácil descobrir, após a observação de pensamentos, sem se envolver EMOCIONALMENTE com eles, que tudo é ilusão! Nossas idéias não são nossas: são idéias que outros tiveram; nossos pensamentos não são nossos: são pensamentos que existem e que foram, historicamente, formulados a partir de leis, costumes, normas, condicionamentos etc; os conceitos e verdades que acreditamos ser reais, são ILUSÕES, pois que, são conceitos e idéias criadas por outrem, e que, a nós, se afiguram como um a priori inamovível.

    Como eu estou escrevendo para espíritas e espiritualistas, quero dizer aqui que o Espírito é a testemunha que observa todos os nossos atos, pensamentos e ações por parte do ser humano ou Espírito Humanizado.

    Não existe nenhuma Realidade Objetiva: a realidade do mundo material, como bem observada por Allan Kardec na questão no. 32 de O Livro dos Espíritos, é uma realidade fictícia, que só toma "corpo", ou aparência de realidade, devido aos órgãos dos sentidos que são destinados a percepcionar essa realidade. Do mesmo modo, os conceitos, idéias, ideologias, pensamentos e representações do real, são apenas realidades relativas apreendidas a partir dos condicionamentos da razão que, historicamente cria inteligibilidade ao mundo e às relações sociais, sejam elas políticas, familiares ou amorosas.

    O Ego é um invólucro do perispírito, e não uma entidade que coexiste com o Eu Superior, o EU SOU (Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida [Jesus]), como muitas espíritas pensam. Antes de o Espírito reencarnar, ele pede uma prova a Deus - questões 132, 265 a 268 de O Livro dos Espíritos. Quando o Espírito pede uma prova antes de reencarnar, ele exerce o seu Livre-arbítrio. Assim, o Espírito constrói uma personalidade (do grego persona = máscara), que será a personagem que ele irá representar, de modo que, enquanto o Espírito deseja uma coisa, o ser humano (esse mesmo Espírito já encarnado) deseja outra diametralmente oposta - questão 266 de O Livro dos Espíritos.

    O que é a Felicidade material portanto?? É quando o ser humanizado tem os seus desejos egoísticos sastisfeitos, ou no dizer de Kardec, quando ele realiza as suas paixões. E o que é a Infelicidade? É quando o ser humanizado se vê incapacitado de realizar as suas paixões.

    Então, gente, vamos demolir de uma vez, todas essas idéas terrenas que nós temos acerca de "felicidade" e "infelicidade", porque, nem Deus, nem tampouco o próprio Espírito que é uma TESTEMUNHA e que assiste aos atos/ações/pensamentos da sua personagem, estão preocupados com a felicidade ou infelicidade material.

    Deus e o próprio Espírito, a testemunha que assiste a tudo, estão preocupados com o triunfar da prova do Espírito, e não se ele está sendo bem sucedido ou não do ponto de vista material, e é nisto que consiste a ILUSÃO, ou seja, tomar por realidade algo que é somente aparência: "veja como aquele homem é feliz! rico, com saúde! seus filhos são todos casados e bem sucedidos na vida, como ele é feliz". Ele não é feliz, apenas tudo o que está acontecendo "de bom" não é senão os MEIOS PROVIDOS por Deus, para aquele Espírito cumprir a sua prova, ou seja, atestar se ele é capaz ou não de AMAR INCONDICIONALMENTE, assim como o Sol, que ilumina pobres e ricos, como também "vosso Pai, que faz chover sobre justos e injustos".

    Do mesmo modo, dizemos: "Oh! Que infelicidade: aquele mãe vê todos os dias o marido chegar bêbado em casa; o filho é drogado, e a filha é prostituta!". Não se trata de infelicidade, mas esta, é a PROVA escolhida por estes Espíritos para provarem a Deus que podem ou não amar incondicionalmente.

    Na Meditação podemos tranqüilizar a nossa mente, e ver a vida com EQUANIMIDADE, ou seja, ver que tudo o que nos acontece, faz parte do cronograma de provas que nós mesmos escolhemos para o nosso aperfeiçoamento ou AUTO-COMPREENSÃO enquanto Atman ou Espírito Imortal, unidos a Brahman, Deus, ou a Realidade Absoluta.

    Agora quero ouvir vocês falarem um pouco...


    Abçs,

    Monstrinho


    ===> http://mascarasdedeus.blogspot.com/2011/04/deus-em-nos-o-que-e-meditacao.html






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