Máscaras de Deus

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Filosofia Oriental e Espiritualismo Prático

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    Amor Bondade - Metta Empty Amor Bondade - Metta

    Mensagem  Goedert Sáb Jun 04, 2011 12:55 pm

    Tal qual uma mãe, colocando em risco a própria vida,
    ama e protege o seu filho, o seu único filho,
    da mesma forma, abraçando todos os seres,
    cultive um coração sem limites.

    Com amor bondade para todo o universo,
    cultive um coração sem limites:
    Acima, abaixo e em toda a volta,
    desobstruído, livre da raiva e da inimizade.

    Quer seja parado, andando, sentado, ou deitado,
    sempre que estiver desperto,
    cultive essa atenção plena:
    a isto se denomina uma morada divina
    no aqui e agora.
    - Snp I.8

    O tipo de amor bondade que se cultiva no Budismo não é o amor comum tal como é entendido no uso diário. Quando se diz, por exemplo, "eu amo tal pessoa" ou "tal coisa", o que está realmente querendo se dizer é que se deseja a aparência, comportamento, idéias, tom da voz ou a atitude em geral daquela pessoa, em relação a nós particularmente, ou em relação à vida de forma geral. Se aquela pessoa mudar as coisas pelas quais nós a desejamos, poderemos decidir que não a amamos mais. Se as preferências, caprichos e fantasias das pessoas mudarem, ela não mais dirão "eu amo tal pessoa". Nessa dualidade de amor-ódio amamos uma pessoa e odiamos outra. Amamos agora e odiamos depois. Amamos quando quisermos e odiamos quando quisermos. Amamos quando tudo está bem e sem problemas e odiamos quando alguma coisa dá errado no relacionamento com a outra pessoa. Se o nosso amor muda dessa forma de tempos em tempos, de lugar em lugar e de situação para situação, então o que chamamos de "amor" não é Metta mas sim desejo, cobiça ou luxúria - de nenhuma forma isso é amor. - Bhante Henepola Gunaratana.

    Esses ensinamentos são realmente eficazes, quando utilizamos na nossa vida diária, com atenção e diligência.
    Monstrinho
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    Amor Bondade - Metta Empty Re: Amor Bondade - Metta

    Mensagem  Monstrinho Sáb Jun 04, 2011 7:17 pm

    Goedert escreveu:
    Tal qual uma mãe, colocando em risco a própria vida,
    ama e protege o seu filho, o seu único filho,
    da mesma forma, abraçando todos os seres,
    cultive um coração sem limites.

    Com amor bondade para todo o universo,
    cultive um coração sem limites:
    Acima, abaixo e em toda a volta,
    desobstruído, livre da raiva e da inimizade.

    Quer seja parado, andando, sentado, ou deitado,
    sempre que estiver desperto,
    cultive essa atenção plena:
    a isto se denomina uma morada divina
    no aqui e agora.
    - Snp I.8

    O tipo de amor bondade que se cultiva no Budismo não é o amor comum tal como é entendido no uso diário. Quando se diz, por exemplo, "eu amo tal pessoa" ou "tal coisa", o que está realmente querendo se dizer é que se deseja a aparência, comportamento, idéias, tom da voz ou a atitude em geral daquela pessoa, em relação a nós particularmente, ou em relação à vida de forma geral. Se aquela pessoa mudar as coisas pelas quais nós a desejamos, poderemos decidir que não a amamos mais. Se as preferências, caprichos e fantasias das pessoas mudarem, ela não mais dirão "eu amo tal pessoa". Nessa dualidade de amor-ódio amamos uma pessoa e odiamos outra. Amamos agora e odiamos depois. Amamos quando quisermos e odiamos quando quisermos. Amamos quando tudo está bem e sem problemas e odiamos quando alguma coisa dá errado no relacionamento com a outra pessoa. Se o nosso amor muda dessa forma de tempos em tempos, de lugar em lugar e de situação para situação, então o que chamamos de "amor" não é Metta mas sim desejo, cobiça ou luxúria - de nenhuma forma isso é amor. - Bhante Henepola Gunaratana.

    Esses ensinamentos são realmente eficazes, quando utilizamos na nossa vida diária, com atenção e diligência.

    Olá Goedert e amigos!

    Gostei muito desse post seu; curto e grosso!

    É impressionante notar que, sempre que começamos a criar algum objetivo para a vida, ou correr atrás disso ou daquilo em busca de um melhoramento financeiro, isso ou aquilo, surge então, o desejo.

    E, nada mais verdadeiro do que isso que está no texto, a saber que nós sempre estamos fazendo alguma coisa, mas em busca, em troca de receber uma outra, e daí, da vontade e do desejo de se materializar um desejo, para a frustração - quando não obtemos os efeitos desejados - é um pulinho.

    Isso acontece diariamente na vida das pessoas, incluindo na minha, mas, sem querer aventar por aqui alguma forma de desculpismo pela falta de "atenção e diligência", há uma saída quando os efeitos desejados não são atingidos, que é procurar evitar o conflito (Krishnamurti) e "não se submeter a práticas sociais e situações que nos obriguem a viver sob pressão" (Idem).

    O grande problema continua sendo a questão de ter que mudar o outro, porque, se o outro não se submete às nossas exigências - sejam quais forem elas, de troca etc - muitas vezes não atingimos nossos objetivos (leia-se: desejos).

    As coisas não são fáceis, pois todo o trabalho a ser feito consiste em desaprender tudo aquilo que nos foi ensinado, porque tudo não passa de engodo, ou seja, as buscas e objetivos que são colocados, pela sociedade, como primários e fundamentais.

    Não sei se contribuiu aí...

    Abçs,

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    Mensagem  Convidad Sáb Jun 04, 2011 10:38 pm

    Vejo que esta forma de ver a vida é conquistada quando conseguimos ser Equânimes.
    Atingir a Equanimidade significa não esperar, não desejar, por conseguinte não julgar.
    É fundamental não calcar seus valores em coisas externas, não esperar elogios nem reprimendas vindos do outro para se auto-avaliar
    O centro está dentro de nós, quando chegarmos a auto-aceitação e ao auto-conhecimento, nenhum valor externo nos afeta. Não estou falando absolutamente em convencimento ou complexo de superioridade ou egoísmo, ao contrário, estou falando em se sentir pleno, acabando com o pior dos sentimentos, o medo.
    Não há sentido em sentir medo quando nada nos ameaça, e só somos ameaçados quando assim nos sentimos.
    O que nos leva ao medo é a insegurança, a incerteza, o medo de não ser aceito, ou bem sucedido ou não amado e querido, porque nos apegamos ao que nos dá prazer ou ao que nos causa a dor.
    O apego ao prazer invariavelmente nos leva a dor, ao sofrimento e ao medo da perda do prazer.
    Boa noite a todos.
    Hebe



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    Mensagem  Goedert Sáb Jun 04, 2011 10:54 pm

    Contribuição ótima amigos.

    Todos nós sofremos o assédio do desejo, tanto de forma grosseira quanto sutil. Como o amigo fala a abordagem da renuncia é mais inteligente do que a abordagem do acumulo.

    Existem vários níveis de renuncia, porém começar já é metade de toda a ação bastando persistir.
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    Mensagem  Convidad Sáb Jun 04, 2011 11:27 pm

    Goedert,
    A dualidade faz parte do mundo material, saber lidar com a dualidade acredito que seja a chave para o conhecimento.
    O desejo nos abate sempre, mas acredito que com a maturidade esses desejos vão sendo compreendidos e por conseguinte desfeitos, porque perdem o sentido.
    Veja bem, qual a importância que tem para os adolescentes serem considerados bonitos, aceitos, inteligentes, descolados? É enorme.
    Qualquer comentário oposto a isso o mundo cai, porque são inseguros, são radicais, só existe o preto ou o branco, as nuances de cinza não são aceitas.
    São críticos e se auto-criticam o tempo todo.
    Essa idéia de só ser aceito se preencher todos os requisitos foi passado na infância, foi adquirido no meio social.
    Já na idade madura, isso se perpetua quando, ou foi menosprezado em seu meio na infância, ou enaltecido.
    Não houve assim um equilíbrio de valores e aceitação adequada de como ele era.
    A vida aos poucos vai ceifando essa conceituação errada. E acredito que este medo ou necessidade de auto-afirmação vai desaparecendo.
    Por que eu trouxe essa conceituação social? Por que é no convívio social que nasce o EGO.
    Hebinha

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    Mensagem  Goedert Dom Jun 05, 2011 10:58 pm

    Amiga Hebe,

    Creio que a questão de maturidade não seria algo aplicável a todos. Pois o símbolo da sabedoria no Budismo Mahayana o Bodisattva Manjusri é representado tendo apenas 16 anos, dando-nos a conotação que a sabedoria é sempre jovem, não importando a idade.

    A dualidade faz parte do mundo material e também do imaterial, segundo o ensinamento do Buda.

    Os arahats, aqueles que aniquilaram o senso de eu, o desejo não os abate, mas esse desejo se refere aos elos internos e externos do contato com as seis bases através da compreensão que não pode fazer perte de um eu dotado de permanência algo que a curto ou longo prazo seja impermanente, pois isso causa angustia.
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    Mensagem  Convidad Seg Jun 06, 2011 6:14 am

    Olá a todos!!

    A dualidade é pura ilusão, por isso não faz parte de nada.

    É devido a essa ilusão de dualidade que acreditamos que somos homens e que há matéria, quando a única coisa que existe é consciência eterna e inalterável.

    Enquanto persistir a ilusória perceção social, é impossível dar atenção à perceção una e livre que acontece no sono profundo, onde não há egos nem personalidades auto-conscientes mas, onde existe a verdadeira vida eterna sem ilusões. É esse estado de atenção, do sono profundo, que é necessário perceber e viver no dia-a-dia.

    É claro que para viver esse estado de atenção é preciso liberdade, e a liberdade não permite ideias, imaginações, pensamentos ou raciocínios. O próprio Cristo, Buda ou Deus têm que ser completamente postos de lado com tudo o que lhes está associado. Por serem o ponto mais forte, que mais prende, da ilusória perceção social, são o maior estorvo à liberdade de perceção.

    Adeus!
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    Mensagem  Convidad Seg Jun 06, 2011 7:45 am

    dim-dim escreveu:Olá a todos!!

    A dualidade é pura ilusão, por isso não faz parte de nada.

    É devido a essa ilusão de dualidade que acreditamos que somos homens e que há matéria, quando a única coisa que existe é consciência eterna e inalterável.

    Enquanto persistir a ilusória perceção social, é impossível dar atenção à perceção una e livre que acontece no sono profundo, onde não há egos nem personalidades auto-conscientes mas, onde existe a verdadeira vida eterna sem ilusões. É esse estado de atenção, do sono profundo, que é necessário perceber e viver no dia-a-dia.

    É claro que para viver esse estado de atenção é preciso liberdade, e a liberdade não permite ideias, imaginações, pensamentos ou raciocínios. O próprio Cristo, Buda ou Deus têm que ser completamente postos de lado com tudo o que lhes está associado. Por serem o ponto mais forte, que mais prende, da ilusória perceção social, são o maior estorvo à liberdade de perceção.

    Adeus!
    Oi dim dim e Goedert,
    dim dim,
    Lógico que o conceito da dualidade faz parte do mundo, convivemos com isso o tempo todo, o problema é conviver sem se deixar levar.
    Quando se olha uma rosa por exemplo, apenas se olha, mas quando escolhe-se uma rosa, entra o conceito de feia ou bonita, velha ou nova, perfumada ou não. Mas é apenas uma rosa, nada mais.

    Goedert,
    Explique melhor seu último post, não conheço o Budismo, só muito superficialmente, a terminologia me confunde.
    Veja a conclusão de seu post
    "Os arahats, aqueles que aniquilaram o senso de eu, o desejo não os abate, mas esse desejo se refere aos elos internos e externos do contato com as seis bases através da compreensão que não pode fazer perte de um eu dotado de permanência algo que a curto ou longo prazo seja impermanente, pois isso causa angustia."


    Quais seriam essas seis bases?

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    Mensagem  Convidad Seg Jun 06, 2011 8:23 am

    Hebinha escreveu:
    dim dim,
    Lógico que o conceito da dualidade faz parte do mundo, convivemos com isso o tempo todo, o problema é conviver sem se deixar levar.
    Quando se olha uma rosa por exemplo, apenas se olha, mas quando escolhe-se uma rosa, entra o conceito de feia ou bonita, velha ou nova, perfumada ou não. Mas é apenas uma rosa, nada mais.
    Hebe

    Não, amiga Hebe, a dualidade é simplesmente ilusão. Os homens, ou as rosas, como no seu exemplo, são simples manifestações, ou aparências finitas e ilusórias da mesma consciência, que se desfazem quando há liberdade de percepção, quando acabam os condicionamentos que forçaram a perceber uma rosa como rosa ou um homem como homem. Simples ilusões de perceção. E não são ilusões apenas por serem essas perceções finitas ou transitórias, são ilusões porque deixam de existir homens ou rosas quando acontece a liberdade de perceção. Pelo descondicionamento da perceção as rosas ou os homens transformam-se num organismo de perceção da consciência, completamente diferente da perceção social.

    Onde estão os homens ou as rosas no estado de sono profundo, onde a vida tem a completa liberdade de perceção, amiga Hebe? Não estão...!

    Adeus!
    Goedert
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    Mensagem  Goedert Seg Jun 06, 2011 9:50 am

    Hebinha escreveu:
    Goedert,
    Explique melhor seu último post, não conheço o Budismo, só muito superficialmente, a terminologia me confunde.
    Veja a conclusão de seu post
    "Os arahats, aqueles que aniquilaram o senso de eu, o desejo não os abate, mas esse desejo se refere aos elos internos e externos do contato com as seis bases através da compreensão que não pode fazer perte de um eu dotado de permanência algo que a curto ou longo prazo seja impermanente, pois isso causa angustia."


    Quais seriam essas seis bases?

    Um abç
    Hebe
    [u]

    Oi Hebe,

    Os arahants são designados como seres "dignos" ou "puros"; uma pessoa cuja mente está livre de contaminações (kilesas¹), que abandonou todos os dez grilhões que aprisionam a mente ao ciclo de renascimentos (samyojana²), cujo coração está livre de impurezas (asava³), e que dessa forma não está destinado a um futuro renascimento. Um título para o Buda e o nível mais alto dos seus Nobre Discípulos em realização espíritual.

    A sangha no nível convencional (sammati), este termo denota a comunidade de monges e monjas Budistas; no nível ideal (ariya), denota aqueles discípulos do Buda, leigos ou ordenados, que alcançaram pelo menos o nível de ‘entrar na correnteza’ (sotapanna), o primeiro dos caminhos transcendentes (ariya-pugala) culminando em nibbana (nirvana). Recentemente, particularmente no Ocidente, o termo "sangha" tem sido popularmente adaptado para comunicar o sentido mais amplo da "comunidade de discípulos do caminho Budista", embora essa utilização não tenha suporte no Cânone em Pali. O termo "parisa" pode ser mais adequado para esse significado muito mais amplo.

    Na sagha existem "Quatro tipos de nobres discípulos..."
    MN 118 escreveu:
    "Nesta Sangha de bhikkhus existem bhikkhus que são arahants, livres das impurezas e que têm vivido a vida santa, fizeram o que deve ser feito, depuseram o fardo, alcançaram o verdadeiro objetivo, destruíram os grilhões da existência e estão completamente libertados através do conhecimento supremo – esses bhikkhus estão aqui nesta Sangha de bhikkhus.

    "Nesta Sangha de bhikkhus existem bhikkhus que, com a destruição dos cinco primeiros grilhões, devem renascer espontaneamente (nas Moradas Puras) e lá realizar o parinibbana, sem nunca mais retornar desse mundo – esses bhikkhus estão aqui nesta Sangha de bhikkhus.

    "Nesta Sangha de bhikkhus existem bhikkhus que com a destruição dos três grilhões e com a atenuação da cobiça, raiva e delusão, são os que “retornarão uma vez”, retornando uma vez a esse mundo para dar fim ao sofrimento – tais bhikkhus estão aqui nesta Sangha de bhikkhus.

    "Nesta Sangha de bhikkhus existem bhikkhus que com a destruição dos três grilhões, são os que “entraram na correnteza”, não mais destinados aos mundos inferiores, com o destino fixo, eles têm a iluminação como destino – tais bhikkhus estão aqui nessa Sangha de bhikkhus.

    No que se refere as seis bases, temos o termo ayatana que significa a base ou meio dos sentidos ou sensuais. As bases internas são os órgãos dos sentidos – olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo e mente. As bases externas são os seus respectivos objetos.

    Veja o complementar da explicação:
    XXXV. Salayatana-samyutta – Seis bases escreveu:O Salayatana-samyutta trata das seis bases internas e externas. À primeira vista pode parecer que as seis bases internas e externas devem ser compreendidas simplesmente como as seis faculdades sensoriais e os seus objetos, com o termo ayatana, base, tendo o significado de origem ou fonte. Embora muitos suttas suportem essa suposição, a exegese Theravada compreende que os seis pares de bases são um esquema de classificação completo capaz de acomodar todos os fatores da existência mencionados nos Nikayas. Essa conceituação das seis bases provavelmente teve origem no Sabba Sutta, no qual o Buda diz que os seis pares de bases são “o todo” além do qual nada mais existe. Visto por este ângulo, as seis bases internas e externas oferecem uma alternativa aos cinco agregados como um esquema de classificação fenomenológica. A relação entre esses dois esquemas em linhas gerais pode ser vista como semelhante à análise horizontal e vertical de um órgão, com a análise através dos agregados correspondendo à perspectiva horizontal e a análise através das seis bases correspondendo à perspectiva vertical. Por exemplo, na ocasião de uma experiência visual, a consciência no olho surge na dependência do olho e das formas; o encontro dos três é o contato; e com o contato como condição surgem a sensação, percepção e formações. Vendo essa experiência sob a perspectiva vertical através das bases sensuais, o olho e as formas visíveis são cada um uma base separada, respectivamente a base olho e a base forma; a consciência no olho pertence à base mente; e o contato no olho, sensação, percepção e formações são todos atribuídos à base objetos mentais. No entanto, embora esse tratamento das bases encontre respaldo nos Nikayas, estes em geral apresentam os seis pares de bases não como um esquema fenomenológico completo mas como ponto de partida para a origem das experiências sensuais.

    Da mesma forma que com relação aos agregados, a preocupação com a classificação e interação das bases é governada não pelo interesse em alcançar uma perfeição teórica, mas para satisfazer as exigências práticas do caminho Budista que tem por objetivo a libertação do sofrimento. A principal preocupação pragmática com relação às bases é a erradicação do apego, pois tal como com os agregados, as bases servem como solo fértil no qual o apego se enraíza e cresce.



    NOTAS
    1 - kilesa: poluições, contaminações, qualidades prejudiciais que poluem a mente. Existem 10 contaminações, assim chamadas porque são impuras em si mesmas e porque contaminam os fatores mentais (cetasika) a elas associados (Vism XXII 45). Elas são: (1) lobha (cobiça), (2) dosa (raiva), (3) moha (delusão), (4) mana (presunção), (5) ditthi (entendimento incorreto), (6) vicikiccha (dúvida, ceticismo), (7) thina (torpor mental), ( Cool uddhacca (inquietação), (9) ahirika (não ter vergonha de cometer transgressões), (10) anottappa (não temer cometer transgressões). Não é encontrada uma classificação dos kilesas nos suttas embora esse termo ocorra com freqüência. Também traduzido com “emoções perturbadoras” principalmente em textos Mahayana.

    2 - samyojana (sanyojana): grilhões que aprisionam a mente ao ciclo de renascimentos – idéia da existência de um eu (identidade) (sakkaya-ditthi), dúvida (vicikiccha), apego a preceitos e rituais (silabbata-paramasa); desejo sensual (kama-raga), má vontade (vyapada); desejo pela forma (rupa-raga), desejo pelos fenômenos sem forma (arupa-raga), presunção (mana), inquietação (uddhacca), e ignorância (avijja). Os cinco primeiros grilhões são também chamados grilhões inferiores porque levam ao renascimento no reino da esfera sensual.

    3 - asava: impureza, mácula, úlcera, corrupção. Quatro tipos – desejo sensual, (kamasava), desejo e cobiça pelos cinco elementos do prazer sensual; entendimento incorreto ou idéias incorretas, (ditthasava), os 62 tipos de idéias descritas no Brahmajala Sutta (DN 1); desejo por ser/existir, (bhavasava), desejo e cobiça pela existência nos planos materiais e imateriais e apego a jhana(dhyana); ignorância, desconhecimento das quatro nobres verdades, (avijjasava). Uma lista de três qualidades, omitindo o entendimento incorreto, é provavelmente mais antiga e aparece com mais freqüência nos suttas. O agrupamento das quatro qualidades também aparece sob os nomes ‘torrente,’ (ogha), e ‘grilhões,’ (yoga). Os asava são uma classificação das contaminações consideradas no seu papel de sustentação do ciclo samsárico. Os comentários derivam a palavra a partir da raiz su que significa “fluir”. Existe divergência entre os estudiosos sobre se o fluxo implícito no prefixo a é para fora ou para dentro; por conseguinte alguns o interpretam como “fluxo para dentro” ou “influências”, outros como “fluxo para fora” ou “efluentes”. Um trecho encontrado com freqüência nos suttas indica no entanto o real significado do termo, independentemente da sua etimologia, quando descreve os asavas como estados “que contaminam, resultam na renovação dos seres, trazem problemas, causam sofrimento e conduzem a um futuro nascimento, envelhecimento e morte”. Dessa forma outros tradutores, deixando de lado o sentido literal, utilizam a interpretação de máculas, corrupções ou impurezas. Também traduzido com “venenos da mente” principalmente em textos Mahayana e Vajrayana.
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    Mensagem  Convidad Seg Jun 06, 2011 9:57 am

    dim dim,
    No sono profundo o Espírito se liberta,
    Mas os sonhos são cheios de símbolos, ora na nossa conceituação bons ou ruins (pesadelos).
    No capítulo VIII OLE que você tanto aprecie, o sono é a emancipação da alma, quando a alma se liberta vai para o mundo dos Espíritos e lá se encontra com Espíritos afins ou adversários encarnados ou não, é através desta libertação que somos às vezes instruídos, verdadeiras reuniões ocorrem no plano espiritual. Dioz esse capítulo que nem sempre lembramos, mas as instruções passadas vem em forma de intuição.
    O que você quer dizer?
    Pode ser que a memória do sonho seja traduzida pela mente finita, por isso imagens confusas e nao perceptíveis?
    Eu pelo menos tenho muitas lembranças dos meus sonhos e são bons. Porém engraçados, estou falando com um , mas o rosto é de outro, vou a lugares que nunca fui, às vezes antigos, outras vezes, quase sempre no meio de uma natureza linda.
    Bem não se trata aqui de querer interpretar sonho, mas esse é um capítulo que muito me intriga, que eu sempre quis ir a fundo para entendê-lo melhor, pois trata-se segundo os Espíritos Superiores da libertação da alma.
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    Amor Bondade - Metta Empty Resposta a Goedert

    Mensagem  Convidad Seg Jun 06, 2011 10:55 am

    Goedert, é muita informação!!!!
    Para começar, existem correntes diversas do Budismo, qual é a que você segue?

    Ver artigo principal: Budismo inicial

    A sangha original, após a realização de um concílio no século IV a.C, dividiu-se em duas escolas de pensamento: Mahasanghika e Sthaviravada. Desses dois troncos, a única escola remanescente é a Theravada.[45] Os três veículos principais são: Escolas Antigas, Escolas Mahayana e Escolas Vajrayana.[46]

    * Escolas Antigas: Ch'eng-shih, Chu-she, Jôjitsu, Kusha, Lü-tsung, Mahasanghika, Pudgalavada, Ritsu, Sarvastivada, Sautrantika, Sthaviravada, Theravada e Vaibhashika;[46]

    * Escolas Mahayana: Ch'an, Ching-t'u, Chittamatra, Fa-hsiang, Hossô, Hua-yen, Ji-shû, Jnanavada, Jôdo, Jôdo Shin, Kegon, Madhyamaka, Madhyamika, Nichiren, Nieh-p'an, San-lun, Sanron, Tathagatagarbha, Ti-lun, Won, Yogachara, Yün-chi e Zen;[46]

    * Escolas Vajrayana: Nyingma, Gelug, Sakya, Jonang, Kadam, Kagyü, Mi-tsung, Shingon, Tendai e T'ien-t'ai.[46]

    Peguei essas informações na Wikipédia:

    As Quatro Nobres Verdades

    Ver artigo principal: Quatro Nobres Verdades

    De acordo com o Cânone Páli, As Quatro Nobres Verdades foram os primeiros ensinamentos deixados pelo Buda depois de atingir o nirvana[31]. Algumas vezes, são consideradas como a essência dos ensinamos do Buda e são apresentadas na forma de um diagnóstico médico[32]:

    1. a vida como a conhecemos é finalmente levada ao sofrimento e/ou mal-estar (dukkha), de uma forma ou outra;
    2. o sofrimento é causado pelo desejo. Isso é, muitas vezes, expressado como um engano agarrado a um certo sentimento de existência, a individualidade, ou para coisas ou fenômenos que consideramos causadores da felicidade e infelicidade. O desejo também tem seu aspecto negativo;
    3. o sofrimento acaba quando termina o desejo. Isso é conseguido através da eliminação da ilusão, assim alcançamos um estado de libertação do iluminado (bodhi);
    4. esse estado é conquistado através dos caminhos ensinados pelo Buda.

    Esse método é descrito por alguns acadêmicos ocidentais e ensinado como uma introdução ao budismo por alguns professores contemporâneos do Maaiana, como por exemplo o Dalai Lama[33].

    De acordo com outras interpretações de mestres budistas e eruditos, e recentemente reconhecidas por alguns estudiosos ocidentais não-budistas, as "verdades" não representam meras declarações e/ou indicações, entretanto estas podem ser agrupadas em dois grupos [34]:

    1. o sofrimento e as causas do sofrimento;
    2. a cessação do sofrimento e os caminhos para a libertação.

    Assim, a Enciclopédia Macmillan de Budismo simplifica As Quatro Nobres Verdades, deixando-as da seguinte maneira:

    1. "A Verdade Nobre Que Está Sofrendo";
    2. "A Verdade Nobre Que É O Surgimento do Sofrimento";
    3. "A Verdade Nobre Que É O Fim do Sofrimento";
    4. "A Verdade Nobre Que Produz o Fim do Caminho de Sofrimento".

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    Mensagem  Goedert Seg Jun 06, 2011 1:01 pm

    Amiga Hebe,

    Sou seguidor da escola não reformista que permanece fiel a tradição dos antigos, chamada Theravada.
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    Mensagem  Convidad Seg Jun 06, 2011 1:23 pm

    Amiga Hebe, o espiritismo diz que é essencial separar do corpo a alma para realmente se perceber a verdade. Enquanto isto não for o objetivo principal, e conseguido, estamos completamente iludidos.

    Quanto ao budismo ter muitas correntes, é verdade dentro do mundo das ilusões. São aqueles que não chegaram lá que imaginam todas essas correntes, por não terem a determinação inquebrantável de se libertarem das personalidades ilusórias como fez o Buda, para perceber o único ser por trás de todas as aparências.

    Por isso é que o cristianismo ou o budismo, com todas as doutrinas ou teorias, devem ser abandonados por completo, esquecidos.

    No budismo devia ser suficiente ter em mente constantemente a determinação de sentar debaixo de uma árvore até esquecer completamente o mundo e a pessoa ser eliminada. No cristianismo igual. Para além disto há um monte de ilusões, chamadas doutrinas ou religiões, criadas à volta desses seres com o único objetivo de domesticar a humanidade.

    A verdade e a liberdade está no esquecimento, e esquecer é deixar de ser uma pessoa. Não há pessoas, porque as pessoas são apenas ilusões, produtos da domesticação.

    E, amiga Hebe, no sono profundo, e quando há a intenção de lhe dar atenção, não há sonhos. Há apenas consciência, única de onde emanam todas as aparências para aqueles que ao despertar saem desse estado de liberdade para serem auto-conscientes, iludidos.

    A liberdade só acontece quando não nos identificamos com nada nem ninguém, quando não pertencemos a nada nem ninguém além do infinito.

    Adeus
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    Mensagem  Goedert Seg Jun 06, 2011 2:14 pm

    Amigo dim-dim,

    Não existe nenhum texto no Canône Pali que o Buda explicitamente argumenta que o universo carece de uma essência; em vez disso o Buda critíca quem toma posições referentes a natureza ultima da realidade¹. O Buda nos textos antigos fala sobre experimentar a 'consciência luminosa' além das seis bases internas (os cinco sentidos e a mente)². Existem passagens que o Buda extremamente crítica aqueles que falam sobre coisas que não são passíveis de serem experimentadas.³

    Nagarjuna, um dois maiores filósofos do Budismo Mahayana, foi considerado pelos primeiros acadêmicos do Ocidente a propositura de uma doutrina absolutista no desenvolvimento do conceito Budista shunyata (vazio). Esta posição é extremamente criticada pelos acadêmicos modernos, de maneira que é considera como incorreta e sem bases textuais para evidência-las⁴. O consenso atual é que Nagarjuna defendia a visão clássica Budista que da enfoque aos fenômenos⁵. Para ele shunyata é explicitamente usado como um caminho do meio (meio termo) entre o eternalismo e o nihilismo, e é aí que está o poder soteriológico está. Não se refere especificamente a nenhuma realidade ultima, universal ou natureza absoluta⁶. Manter uma visão de que o vazio é uma verdade última ou absoluta sem referência sobre o que é vazio, é a última coisa que o Buda ou Nagarjuna advogariam⁷. Nagarjuna criticava aqueles que conceitualizavam shunyata mais do que a idéia de simples vazio: "O Vitorioso anunciou que o vazio é a renúncia de todas as visões. Aqueles que são possuídos pela visão de vazio são ditos como incorrigíveis."⁸



    [1] - Richard Gombrich, How Buddhism began: the Conditioned Genesis of the Early Teachings. Continuum International Publishing Group, 1996, página 34.
    [2] - Brahma-nimantanika Sutta
    [3] - Pratap Chandra, Was Early Buddhism Influenced by the Upanishads? Philosophy East and West Vol. 21, N. 3 (Julho 1971) pág. 317-324.
    [4] - Jorge Noguera Ferrer, Revisioning Transpersonal Theory: A Participatory Vision of Human Spirituality. SUNY Press, 2002, página 102.
    [5] - Randall Collins, The Sociology of Philosophies: A Global Theory of Intellectual Change. Harvard University Press, 2000, páginas 221-222.
    [6] - Jorge Noguera Ferrer, Revisioning Transpersonal Theory: A Participatory Vision of Human Spirituality. SUNY Press, 2002, páginas 102-103.
    [7] - David J. Kalupahana, Nagarjuna: The Philosophy of the Middle Way. SUNY Press, 1986, página 49.
    [8] - Jorge Noguera Ferrer, Revisioning Transpersonal Theory: A Participatory Vision of Human Spirituality. SUNY Press, 2002, página 102. A citação é do texto Mūlamadhyamakakārikā.
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    Mensagem  Convidad Seg Jun 06, 2011 3:38 pm

    Goedert escreveu:Amigo dim-dim,

    Não existe nenhum texto no Canône Pali que o Buda explicitamente argumenta que o universo carece de uma essência; em vez disso o Buda critíca quem toma posições referentes a natureza ultima da realidade¹. O Buda nos textos antigos fala sobre experimentar a 'consciência luminosa' além das seis bases internas (os cinco sentidos e a mente)². Existem passagens que o Buda extremamente crítica aqueles que falam sobre coisas que não são passíveis de serem experimentadas.³

    Nagarjuna, um dois maiores filósofos do Budismo Mahayana, foi considerado pelos primeiros acadêmicos do Ocidente a propositura de uma doutrina absolutista no desenvolvimento do conceito Budista shunyata (vazio). Esta posição é extremamente criticada pelos acadêmicos modernos, de maneira que é considera como incorreta e sem bases textuais para evidência-las⁴. O consenso atual é que Nagarjuna defendia a visão clássica Budista que da enfoque aos fenômenos⁵. Para ele shunyata é explicitamente usado como um caminho do meio (meio termo) entre o eternalismo e o nihilismo, e é aí que está o poder soteriológico está. Não se refere especificamente a nenhuma realidade ultima, universal ou natureza absoluta⁶. Manter uma visão de que o vazio é uma verdade última ou absoluta sem referência sobre o que é vazio, é a última coisa que o Buda ou Nagarjuna advogariam⁷. Nagarjuna criticava aqueles que conceitualizavam shunyata mais do que a idéia de simples vazio: "O Vitorioso anunciou que o vazio é a renúncia de todas as visões. Aqueles que são possuídos pela visão de vazio são ditos como incorrigíveis."⁸



    [1] - Richard Gombrich, How Buddhism began: the Conditioned Genesis of the Early Teachings. Continuum International Publishing Group, 1996, página 34.
    [2] - Brahma-nimantanika Sutta
    [3] - Pratap Chandra, Was Early Buddhism Influenced by the Upanishads? Philosophy East and West Vol. 21, N. 3 (Julho 1971) pág. 317-324.
    [4] - Jorge Noguera Ferrer, Revisioning Transpersonal Theory: A Participatory Vision of Human Spirituality. SUNY Press, 2002, página 102.
    [5] - Randall Collins, The Sociology of Philosophies: A Global Theory of Intellectual Change. Harvard University Press, 2000, páginas 221-222.
    [6] - Jorge Noguera Ferrer, Revisioning Transpersonal Theory: A Participatory Vision of Human Spirituality. SUNY Press, 2002, páginas 102-103.
    [7] - David J. Kalupahana, Nagarjuna: The Philosophy of the Middle Way. SUNY Press, 1986, página 49.
    [8] - Jorge Noguera Ferrer, Revisioning Transpersonal Theory: A Participatory Vision of Human Spirituality. SUNY Press, 2002, página 102. A citação é do texto Mūlamadhyamakakārikā.
    Bem, pelo o que pude perceber o estado só contemplativo não é a meta.
    Goedert citou o caminho do meio.
    Pelo pouquíssimo conhecimento que tenho do Budismo , vou arriscar aqui uma opinião.
    O caminho do meio não é ficar na metade do caminho, é saber lidar com os extremos,uma vida isolada e só contemplativa não tem sabedoria, a sabedoria consiste em lidar exatamente com os opostos, a força negativa e positiva dos extremos se fundem no meio onde há a serenidade.
    Li até um texto onde dizia, o rio não elimina suas margens ele se apoia nelas e suas águas correm em seu curso, assim como um trem precisa de seus trilhos para andar.
    Pode-se fazer também referência entre o passado e o futuro, o homem não se deve prender ao passado nem ficar olhando para frente buscando algo que não sabe se encontra ( desejo), ele simplesmente anda em seu caminho, está no centro, mas não ignora o que está em volta.
    Indo para Krishnamurti, Osho e Rohden, todos dizem em não haver sabedoria no isolamento, o homem é um ser social, deve saber viver no mundo e encontrar seu silêncio apesar do ruido externo.
    Portanto a vida isolada e contemplativa apenas, não é a resposta, é fuga.
    Um abço
    Hebe



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    Mensagem  Goedert Seg Jun 06, 2011 4:17 pm

    Amiga Hebe não seria exatamente isso.

    A vida de um mendicante renunciante contemplativo (shramana) é apenas um modo de vida de quem dedica totalmente a vida santa, praticando a religiosadade sem qualquer obstáculo ou impecilho que um vida mundana oferece.

    Não diria que seria um extremo.

    Krishnamurti, Osho e Rohden não conhecem plenamente o que o Buda ensinou, neste caso, pois existem 3 níveis de sabedoria.

    Samyaksambuddha (Pali: sammasambuddha), simplesmente se refere como Buda. Este tipo de ser que atinge a iluminação, a atinge através de seus próprios esforços, e descobrem o entendimento dos fenômenos da existência e da não existência sem um professor para ensinar. Eles levam os outros a atingir a iluminação ensinando-os o que descobriu em um tempo ou mundo que os ensinamentos que levam a iluminação foram esquecidos ou não foram ensinados. No caso do planeta terra chamado de Japundita, o Buda histórico foi o Gotama Sakyamuni.

    Pratyekabuddhas (Pali: paccekabuddha), são similares aos Samuakasambuddhas no caso de atingir a iluminação sem ter um professor. Porém ao contrário dos Samyakasambuddhas, eles não ensinam o caminho que descobriram. Levam uma vida contemplativa solitário no silêncio.
    As vezes eles também são chamados de Budas silenciosas. Eles no máximo dão adverências morais as pessoas, mas nada sobre a suprema sabedoria.

    Śrāvakabuddha (Pali: sāvakabuddha), são as pessoas que atingem a iluminação com o ensinamento de um Samyakasambuddha.
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    Mensagem  Convidad Seg Jun 06, 2011 4:50 pm

    Sim, o problema do isolamento coloca-se sempre, porque é o fim da pessoa social. O isolamento é necessário para desfazer a ideia de que se é uma pessoa social, a pessoa social é falsa, nasce e morre constantemente, altera-se segundo a projeção da consciência. Por isso mesmo, é falsa e ilusória.

    O real é o ser por trás, a consciência que se alcança com toda a facilidade pelo isolamento. Sem isolamento não há cristos nem budas. Há pessoas sociais que nascem e morrem constantemente no meio de um mar de sofrimentos e ilusões.

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    Mensagem  Monstrinho Seg Jun 06, 2011 5:05 pm

    Goedert escreveu:Amigo dim-dim,

    Nagarjuna, um dois maiores filósofos do Budismo Mahayana, foi considerado pelos primeiros acadêmicos do Ocidente a propositura de uma doutrina absolutista no desenvolvimento do conceito Budista shunyata (vazio). Esta posição é extremamente criticada pelos acadêmicos modernos, de maneira que é considera como incorreta e sem bases textuais para evidência-las⁴. O consenso atual é que Nagarjuna defendia a visão clássica Budista que da enfoque aos fenômenos⁵. Para ele shunyata é explicitamente usado como um caminho do meio (meio termo) entre o eternalismo e o nihilismo, e é aí que está o poder soteriológico está. Não se refere especificamente a nenhuma realidade ultima, universal ou natureza absoluta⁶. Manter uma visão de que o vazio é uma verdade última ou absoluta sem referência sobre o que é vazio, é a última coisa que o Buda ou Nagarjuna advogariam⁷. Nagarjuna criticava aqueles que conceitualizavam shunyata mais do que a idéia de simples vazio: "O Vitorioso anunciou que o vazio é a renúncia de todas as visões. Aqueles que são possuídos pela visão de vazio são ditos como incorrigíveis."⁸



    [1] - Richard Gombrich, How Buddhism began: the Conditioned Genesis of the Early Teachings. Continuum International Publishing Group, 1996, página 34.
    [2] - Brahma-nimantanika Sutta
    [3] - Pratap Chandra, Was Early Buddhism Influenced by the Upanishads? Philosophy East and West Vol. 21, N. 3 (Julho 1971) pág. 317-324.
    [4] - Jorge Noguera Ferrer, Revisioning Transpersonal Theory: A Participatory Vision of Human Spirituality. SUNY Press, 2002, página 102.
    [5] - Randall Collins, The Sociology of Philosophies: A Global Theory of Intellectual Change. Harvard University Press, 2000, páginas 221-222.
    [6] - Jorge Noguera Ferrer, Revisioning Transpersonal Theory: A Participatory Vision of Human Spirituality. SUNY Press, 2002, páginas 102-103.
    [7] - David J. Kalupahana, Nagarjuna: The Philosophy of the Middle Way. SUNY Press, 1986, página 49.
    [8] - Jorge Noguera Ferrer, Revisioning Transpersonal Theory: A Participatory Vision of Human Spirituality. SUNY Press, 2002, página 102. A citação é do texto Mūlamadhyamakakārikā.

    Goedert,

    Você não acha que está - de certo modo - confundindo Buda com Budismo, assim como os cristãos confundem Cristo com o Cristianismo??

    Isso aí acima parece mais uma tese acadêmica sobre algo que o mestre Gautama nunca ensinou, veja:

    Há uma estória indiana de um homem que era um ateu e agnóstico, um raríssimo tipo de postura na Índia. Ele era uma pessoa que desejava livrar-se de todas as formas de ritos religiosos, deixando apenas a essência da direta experiência da Verdade. Ele atraiu discípulos que costumavam se reunir a seu redor toda semana, quando ele falava a todos sobre seus princípios. Após algum tempo eles começaram a se juntar antes do mestre aparecer, porque eles gostavam de estar em grupo e cantar juntos.
    Eventualmente foi construída uma casa para as reuniões, com uma sala especial para o mestre agnóstico. Após sua morte, tornou-se uma prática entre seus seguidores fazer uma reverência respeitosa para a agora sala vazia, antes de se entrar no salão. Em uma mesa especial a imagem do mestre era mostrada em uma moldura de ouro, e as pessoas deixavam flores e incenso lá, em respeito ao mestre.
    Em poucos anos uma religião tinha crescido em torno daquele homem, que em vida não praticava nada disso, e que, ao contrário, sempre disse aos seus seguidores que ficar preso a estas práticas levava freqüentemente a pessoa a se iludir no caminho da Verdade.

    "Tenhais confiança não no mestre, mas no ensinamento.
    Tenhais confiança não no ensinamento, mas no espírito das palavras.
    Tenhais confiança não na teoria, mas na experiência.
    Não creiais em algo simplesmente porque vós ouvistes.
    Não creiais nas tradições simplesmente porque elas têm sido mantidas de geração para geração.
    Não creiais em algo simplesmente porque foi falado e comentado por muitos.
    Não creiais em algo simplesmente porque está escrito em livros sagrados; não creiais no que imaginais, pensando que um Deus vos inspirou.
    Não creiais em algo meramente baseado na autoridade de seus mestres e anciãos.
    Mas após contemplação e reflexão, quando vós percebeis que algo é conforme ao que é razoável e leva ao que é bom e benéfico tanto para vós quanto para os outros, então o aceiteis e façais disto a base de sua vida."


    IN: "Koans e Contos Zen-Budistas".

    Abçs,

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    Mensagem  Monstrinho Seg Jun 06, 2011 5:17 pm

    dim-dim escreveu:Sim, o problema do isolamento coloca-se sempre, porque é o fim da pessoa social. O isolamento é necessário para desfazer a ideia de que se é uma pessoa social, a pessoa social é falsa, nasce e morre constantemente, altera-se segundo a projeção da consciência. Por isso mesmo, é falsa e ilusória.

    O real é o ser por trás, a consciência que se alcança com toda a facilidade pelo isolamento. Sem isolamento não há cristos nem budas. Há pessoas sociais que nascem e morrem constantemente no meio de um mar de sofrimentos e ilusões.


    Concordo, mas tenho que dizer que essa questão não é fácil. Muitas vezes a gente vive isolado, mas somente de corpo, e não internamente, pois, pode-se estar isolado e com a mente voltada para as demandas sociais. E isto sem sair de casa, porque a própria internet nos liga à sociedade. Sabemos o que se passa no mundo, lemos notícias etc e tal.

    Temos que retomar a meditação. Quando não conseguimos meditar, é porque a nossa mente está trabalhando como um motor em alto giro, preocupados que estamos com a vida social. Digo isso, porque tem acontecido comigo: basta você decidir que vai mudar de emprego ou começar a mexer com um outro negócio, para ganhar dinheiro ou só para distrair e pronto! Nós já estamos lá, no meio dos "Espíritos humanizados" Very Happy , na competição brutal que existe sociedade, e isso vem tirar o nosso sossego.

    É a vivência antípoda do "olhai as aves do céu que não semeiam e nem colhem", e isso vem tirar a nossa paz, vem perturbar aquele incipiente silêncio interior, que vimos buscando, tão necessário ao auto-conhecimento e ao apaziguamento interior.

    Abçs,

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    Mensagem  Monstrinho Seg Jun 06, 2011 5:45 pm

    Hebinha escreveu:
    Indo para Krishnamurti, Osho e Rohden, todos dizem em não haver sabedoria no isolamento, o homem é um ser social, deve saber viver no mundo e encontrar seu silêncio apesar do ruido externo.
    Portanto a vida isolada e contemplativa apenas, não é a resposta, é fuga.

    Hebe, permita-me discordar. Não foi exatamente isso o que Krishnamurti disse. Ele disse que, "podemos estar sozinhos e ainda assim, repletos das coisas da sociedade". E cita exemplos, como o do monje que se isola, vive numa cabana no meio do mato, mas quando pega fogo na cabana, ele se desespera, porque os seus pertences estão sendo queimados.

    E não é só isso: Krishnamurti aponta para o exibicionismo de tais pessoas. Ora, - este é o raciocínio do Krishnamurti - se a mudança que demandamos é interior, é a supressão do conflito e a negação dos condicionamentos sociais, porque teríamos que vestir uma roupa especial, raspar a cabeça ou praticar ritos e cerimônias?

    Então, quando eu vejo na internet esses monjes budistas, com aquelas roupas estravagantes, com a cabeça raspada, fazendo aquelas cerimônias e rituais estranhos, com objetos de adoração e tudo mais, me vêm à cabeça os cristãos e o cristianismo, fazendo o mesmo. Lembremos, por exemplo, do semblante piedoso que vemos nos rostos daqueles que estão de joelhos na igreja, rezando.

    É isto que Krishnamurti observa e critica, e com toda a razão. Se a pessoa precisa de um fetiche que represente a sua nova condição de ermitão ou monje misantropo, então ele não é senão um outro "tipo" social, digamos assim, ele não é senão uma outra modalidade de competição social, pois ele quer ser visto, para que as pessoas digam: "olhem lá! ele renunciou ao mundo!". Este é o ensinamento básico, contido na passagem em que Jesus diz para "não orardes em pé, como fazem os hipócritas nas sinagogas para serem vistos pelos homens".

    E quando nós estamos lá na casa da sopa hein? Lá no albergue noturno, na creche espírita, no hospital visitando os doentes, não estamos sendo "vistos pelos homens"?

    Essa questão é complicada, porque o Espírito humanizado, enquanto animal simbólico, acreditando que é o corpo, tem a necessidade de representar simbolicamente, por meio de ritos, cerimônias, objetos, a sua crença, ou o estado de alma que está buscando. Ele precisa do fetiche, do simbolismo, da representação simbólica.

    Foi o que aconteceu com a Doutrina Espírita. Por que ela foi transformada em religião? Porque, condicionados historicamente pelos sacramentos e rituais católicos, o espírita precisou da água fluidificada e do passe, para representar simbolicamente o seu intento de fazer o bem. Ou seja, necessita de materialidade, de algo palpável, do contrário, é como se houvesse um nada, algo muito vazio e até inexistente.

    No começo, quando nós começamos a meditar e se desligar de algumas preocupações mundanas, surge algo inesperado: ao invés de nos sentirmos bem, sentimos uma certa ansiedade, porque desligar-se do mundo, é exatamente o que propõe o mito de Adão e Eva, é você abandonar um local seguro - a clareira na floresta que a sociedade abre na tua mente (Osho) - e ir para o desconhecido, se aventurar na conquista do EU. Esse é o problema pelo qual nós sempre ficamos patinando, e raramente damos um passo adiante. É aí que está o medo!

    O paraíso é o ventre materno, e posteriormente a família, e depois os amigos, e finalmente a sociedade. Ser expulso do paraíso é doloroso, porque é sair desse local aparentemente seguro - que não protege ninguém, mas apenas escraviza - para se adentrar na floresta, destruindo o biombo pelo qual só enxergávamos uma parcela ínfima do todo - no dizer de Swami Vivekananda - e vislumbrar, enfim, a imensa floresta em todo o seu explendor!

    A "queda dos anjos", é uma queda para cima, e a expulsão do paraíso é a conquista da liberdade, da iluminação, do nivarna ou samadhi.

    Abçs,

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    Mensagem  Convidad Seg Jun 06, 2011 6:46 pm

    Boa noite Monstrinho,
    Tem muita verdade no que diz, realmente Krishnamurti fala sobre isso também.
    Quanto ao Espiritismo, bem, não é o caso de discutir aqui, mas DE não é o MEB, a minha visão sempre foi outra.
    Nunca suportei ritual, a missa obrigatória na minha infância era uma tortura, achava aquilo tudo muito estranho, não via necessidade e nem entendia os rituais. Graças não conheci o Espiritismo desta forma se não nem chegaria perto.
    Continuando, posso trazer o texto ou o vídeo aqui de Krishnamurti falando exatamente o que eu coloquei, assim como os outros citados.
    O que você colocou tem todo sentido, é difícil o rompimento com a vida social, porque são verdades construídas pelo EGO, mas veja bem, você mesmo deu a resposta, não adianta estar sozinho se a mente não está serena, se ela está no convívio, assim como pode-se se estar no convívio com a mente serena, sem se abalar com as coisas do mundo, essa sempre foi a postura dos iluminados, todos atuaram e muito no mundo, mas não se deixaram arrastar por ele. Vejo que este sim é o grande alcance.
    Óbvio que precisaremos primeiro ter um grande encontro conosco mesmo, fechados, nos enxergar por inteiro, depois disso, nada mais incomoda. Segundo Krishnamurti vem um grande estado de compaixão pelo mundo que para ele é o amor maior, e neste estado é que a necessidade de ajudar se faz presente. Sem condição alguma de retorno.
    O isolamento por si só, é fuga e medo da convivência.
    Bem eu penso assim, vamos continuando a conversar.
    Hebinha
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    Mensagem  Monstrinho Seg Jun 06, 2011 7:37 pm

    Hebinha escreveu:
    O isolamento por si só, é fuga e medo da convivência.
    Bem eu penso assim, vamos continuando a conversar.
    Hebinha

    Não acho que o isolamento seja fuga e/ou medo da convivência. Outrora eu mesmo pensava assim, e até me sentia culpado pelo fato de, supostamente "ser incapaz de conviver" com este ou aquele, ou aquela que seja.

    Hoje porém, vejo que, nesse processo de auto-conhecimento, de mergulho no fundo do EU, surge alguns problemas na convivência, que já não são da nossa alçada, afinal, para se conviver socialmente, é preciso aceitar e respeitar estritamente as regras sociais; não somente aceitar regras sociais, mas aderir a comportamentos e ideologias.

    Julgo hoje, que, para uma pessoa que já consegue viver sozinha, sem ter uma necessidade premente de estar o tempo todo relacionada socialmente ou afetuosamente, se torna insuportável o convívio, e, mesmo estando entre aqueles que "amamos", se nos sentimos bem, sabemos que uma hora ou outra vem a cobrança. E, não raro, surgem provocações, que acabam te irritando.

    Da última vez que visitei meu pai, minutos antes de embarcar no ônibus, ele fez menção ao fato de o marido da minha prima estar ganhando 15 mil por mês, e ainda garantiu que isso era verdade porque ele tinha feito o imposto de renda do casal, numa alusão, é claro, ao fato de eu estar ganhando 1.500 por mês Very Happy. Legal né?? rsrs

    Então, como diz o Anton, viver no meio dos Espíritos humanizados Very Happy, não é fácil. Eles te cobram: você tem que estar ganhando bem. Meu pai sempre se refere às minhas aulas como "aulinhas", porque todos sabem que professor não ganha muito bem nos dias de hoje.

    Então, repare, Hebe, que para você se inserir no convívio social, você tem que aceitar certas regras, aderir a comportamentos, ideologias, tradições.

    O que caracteriza os Espíritos humanizados é a falta de equanimidade. Considera-se, na sociedade, que o correto é sempre ganhar, sempre triunfar e vencer, e se você perde, toma prejuízo, há uma punição: "ele não gostava de dar duro"; "ele perdeu o que tinha"; "coitada, ela vai morrer solteira"; "você viu fulano? dizem que está sendo traído pela mulher", e assim por diante...

    Acho que alguns de nós já consegue olhar serenamente para "perdas" e "derrotas", afinal todas essas convenções sobre o que é ganhar ou perder são ilusórias não é mesmo?

    Mas não quero me colocar numa situação de superioridade, pois considero que há pessoas que praticam a equanimidade sem que se apercebam disso. Um exemplo foi quando, uma vez, convidei meus amigos de faculdade para almoçar em um restaurante que eu tinha conhecido. A comida era boa e barato. Mas naquele dia, foi servido uma canja de galinha que só tinha ossos, estava muito ruim aquilo lá. E eu, morrendo de vergonha, reclamei para o garçon, enquanto os meus amigos comeram aquilo lá quietos e resignados, e saborearam como se fosse uma manjar dos deuses.

    Agora, conviver para auxiliar e amar o próximo, como você propôs, é quando nós tivermos atingido um patamar de auto-compreensão psicológica, e uma serenidade inabalável, a ponto de o nosso próprio contato com as pessoas se tornar benéfico. É isso o que eu entendo hoje, por "fazer a caridade".

    Mas eu continuo achando que, a vida "solitária" (ser sozinho ou morar sozinho é a maior das contravenções que você pode praticar na sociedade) é importante para nós nos despirmos paulatinamente do ego, dessa casca, desse envoltório, dessa roupagem ideológica que a sociedade nos dá, e que por enquanto se encontra cristalizada em nós. Afinal, o que é o ego senão um conjunto de crenças sobre tudo o que existe, sobre os outros e sobre nós mesmos? Ora, se é crença, então é dogma, logo, não é real.

    Freqüentemente vejo nos chats espíritas, pessoas entrando com nicks "Sozinha 42", "Solitário", e, no reservado, falam da sua solidão, da sua angústia, mas principalmente se percebe o medo que essas pessoas têm, porque elas falam como se fossem réus, como se estivessem sendo julgadas pela sociedade, por ter cometido um crime hediondo.

    O grande desafio é ainda, considero eu, saber aproveitar a vida solitária ou os momentos de solidão que possamos ter. Volto a dizer que a prática diária da meditação é um bom caminho para ir se afastando dos cânones sociais, no afã de ir tranqüilizando a mente, e buscar o silêncio interior.

    Continuemos...

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    Mensagem  Goedert Seg Jun 06, 2011 10:40 pm

    Monstrinho escreveu:Goedert,

    Você não acha que está - de certo modo - confundindo Buda com Budismo, assim como os cristãos confundem Cristo com o Cristianismo??

    Isso aí acima parece mais uma tese acadêmica sobre algo que o mestre Gautama nunca ensinou, veja:

    Monstrinho, não é esse o caso. O Budismo no Oriente é como o Cristianismo no Ocidente são poucos que levam a sério.

    Referente ao Vazio, o veja nas palavras do próprio Buda:

    O Pequeno Discurso sobre o Vazio
    O Buda instrui Ananda sobre a “descida genuína, não distorcida, pura, para o vazio”

    O Discurso Longo sobre o Vazio
    Ao descobrir que os bhikkhus estão começando a apreciar a vida em sociedade, o Buda enfatiza a necessidade do isolamento de forma a permanecer no vazio

    Vazio
    O Buda explica ao Ven. Ananda de que forma o mundo é desprovido de qualquer coisa que possa corretamente ser chamada de “eu”

    Concentração no Vazio
    A concentração como caminho para Nibbana

    Nestes discursos podemos ver claramente o enforque do Buda referente ao Vazio.
    Monstrinho
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    Mensagem  Monstrinho Seg Jun 06, 2011 11:23 pm

    Goedert escreveu:
    Monstrinho escreveu:Goedert,

    Você não acha que está - de certo modo - confundindo Buda com Budismo, assim como os cristãos confundem Cristo com o Cristianismo??

    Isso aí acima parece mais uma tese acadêmica sobre algo que o mestre Gautama nunca ensinou, veja:

    Monstrinho, não é esse o caso. O Budismo no Oriente é como o Cristianismo no Ocidente são poucos que levam a sério.

    Referente ao Vazio, o veja nas palavras do próprio Buda:

    O Pequeno Discurso sobre o Vazio
    O Buda instrui Ananda sobre a “descida genuína, não distorcida, pura, para o vazio”

    O Discurso Longo sobre o Vazio
    Ao descobrir que os bhikkhus estão começando a apreciar a vida em sociedade, o Buda enfatiza a necessidade do isolamento de forma a permanecer no vazio

    Vazio
    O Buda explica ao Ven. Ananda de que forma o mundo é desprovido de qualquer coisa que possa corretamente ser chamada de “eu”

    Concentração no Vazio
    A concentração como caminho para Nibbana

    Nestes discursos podemos ver claramente o enforque do Buda referente ao Vazio.


    Goedert,

    O que se faz mister é não complicar as coisas. Nesse post você já conseguiu ser mais claro, e resumiu, de maneira simples e inteligível, os objetivos dos ensinamentos do Buda.

    Entretanto, vc termina o post com uma conclusão de cunho acadêmico, como está no trecho destacado em negrito no seu texto. E essa conclusão de cunho acadêmico, sempre dá ensejo para se colocar a seguinte questão: sim, mas e daí?

    O que eu to procurando mostrar, é que o Buda tem algo PRÁTICO a nos ensinar, e se ele utilizou as palavras e a linguagem, era porque esse era o único meio, a única ferramenta para que ele pudesse comunicar aos discípulos as suas experiências subjetivas que o levaram ao estado de Nirvana.

    Acho muito interessante aprender conceitos budistas, mas penso que essas ilações fora de contexto, não oferecem um entendimento mais amplo, no tocante à prática da meditação e à busca desse "vazio", ou seja, a eliminação do eu.

    A gente continua amanhã,

    Abçs,






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