Mudando o curso da história ... lindo!

Oi...
O belo existe, e ponto.




Bjos
Mizica

P.S. Hebinha, tem umas imagens lindas do Rio para voc, é sim um lugar maravilhoso e... mágico.

Oi Mizica,
Muito bonita a música de Caetano.
O Rio é lindo sim, mas não posso deixar de falar ,que talvez seja a capital de maior contraste social do país. Vai do luxo ao lixo literalmente.

Com muita propriedade falo aqui do Rio de Janeiro, porque lá nasci e fui criada.
Durante muito tempo o carioca viveu anestesiado pela beleza, pelo glamour, pela cultura e por ser considerado o melhor anfitrião do país. Era um povo alegre, simpático, descontraído e envaidecido por isso tudo.

O Rio sempre vendeu sonho e ilusão, e nesta anestesia do povo os problemas sociais foram crescendo, sem que o carioca se desse conta ou quisesse olhar o outro lado da moeda.

Só quando as balas perdidas começaram invadir os aptos da glamourosa Zona Sul, desvalorizando seus ilusórios castelos, é que este povo se deu conta da miséria que o cercava. Não era distante, era ao lado. Em plena Ipanema com o metro quadrado mais caro do país, com índice de desenvolvimento humano comparável ao de países europeus como a Itália, existia e existe o complexo de favela Pavão Pavãozinho e Cantagalo, por ser uma favela incrustada , a região faz parte de uma realidade diferente, e na realidade está estagnada economicamente. Os moradores têm problemas semelhantes aos dos moradores de Santa Cruz, na Zona Oeste, que tem o pior índice de desenvolvimento humano do Rio.

Por quê esse discurso todo?
Estamos falando aqui neste espaço de estudo de ilusão, apegos e cegueira através do EGO, no caso do Rio é a cegueira social .

Durante muito tempo estive embevecida nesta mesma cegueira, o Rio pra mim era a melhor cidade do Mundo, era o meu paraíso. Depois que saí de lá , passei anos descendo três Serras dirigindo sozinha de madrugada para chegar ao Rio e poder curtir pelo menos dois dias, o sábado e o domingo, e retornava subindo as Serras chorando e me maldizendo por ter saído do Rio.

Hoje vejo tudo isso de forma diferente, embora ainda goste muito da minha cidade e de meus amigos, que tenho desde infância e adolescência, consigo observá-los em seus valores e ilusões e o quanto me desprendi disto tudo. Assim como consigo observar este povo da cidade que agora eu moro, extremamente provinciano ,sem que isso me incomode mais, ou seja, não julgo e nem critico, nem um e nem outro, consigo tranquilamente transitar nos dois mundos sem que isso me afete como afetava antes. Nem a perda da minha cidade me abala e nem o jeito de ser desconfiado, de uma sociedade baseada em valores de uma Oligarquia Rural decadente, que me causava ojeriza, porque leva seu povo a míngua, num vício ainda vindo do escravagismo, é motivo para que eu os condene.

Essa é a realidade relativa do homem, que se acha dono de um verdade, a qual, se nega a contestar, e sinceramente, não faço mais discursos de defesas ou acusações como fazia antes. Não me interessa mais agredir este ou aquele, apenas lamento e muito, a falta de visão de ambas as cidades que eu observo e convivo.

Como diz Caetano sabiamente nesta música "Narciso acha feio o que não é espelho" numa bela homenagem a SP, cidade que sempre visitei muito também e que gosto, nem poderia deixar de gostar, sou a primeira geração carioca da família,aprecio esse povo desde que nasci.

Hoje, eu "não sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo me quer bem" hahaha!!! se não quiser, e daí?

Um bjo
Hebinha

Menina!
Hebe.... estou pasma, amiga!
Hahahahaha ... postei o vídeo querendo falar como seria bom se os homens, enfim, olhassem para a sua porção mulher, da qual até então eles se resguardam, mas que pode ser a porção melhor que eles trazem em si, e que os faz viver. Então, não haverá mais motivos para competição entre homens e mulheres, só compreensão.
Ai, o que vejo?
Um belíssimo discurso, nos mostrando de maneira real e concreta, a outra face da moeda: o Rio de Janeiro e sua lamentável cegueira social. O mais curioso, é que ao final da explanação voce faz uma alusão à São Paulo, quando eu estava ouvindo a música Sampa e pensando justamente nessa cidade. Não conheço São Paulo mas o mundo não é mais tão pequeno assim, e todo mundo fica sabendo de tudo, na tal globalização ( ou seria banalização?) E é triste ver o que ocorre nessas capitais, ícones do Brasil em todos os aspectos. "Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas.
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas. Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas..." Nessas poucas linhas da letra de Sampa vemos a incontestável verdade, tanto para o Rio como para São Paulo. Nunca, a letra dessa canção foi tão atual, tão tristemente verdadeira. Sou paraense, nasci e me criei aqui ... e mesmo minha Cidade das Mangueiras, Belém do Pará, querendo tbm ser moderna, e se julgando grande coisa ao imitar as tragédias urbanas das grandes capitais do país, mesmo assim lhe falo amiga, viver por aqui ainda é mais fácil e só um pouco menos complicado. Muita coisa mudou, e a tranquilidade que sentíamos ao sentar na porta de casa ao entardecer para um bate-papo com os vizinhos já nem podemos mais fazer, é que tbm temos medo de balas perdidas, de sequestros relampâgo ... e por ai vai.
Para acabar de completar a Globo só lembra do Pará para noticiar coisas ruins, como as mortes no Sul do Pará pelos confrontos entre madeireiros e ambientalistas e os celebres e vergonhosos conflitos de terra. O Pará, qualquer dia desses vai deixar de ter tantas terras e ficará reduzido a um pequeno pedaço de chão para fazer surgir, em cima da miséria do povo brasileiro, os estados do Carajas e Tapajos. É a ganância, é a banalização da morte, ou do ato de matar, sei lá ... é como vivemos nesse mundo, que vive pendurado no espaço, uma bolinha de nada, que se mantém assim sem ter nenhum fiozinho para segurá-la.
É triste, mas é verdade: cegueira social, descaso de autoridades, violência, estress, apego, indiferença, não é só previlégio do Rio de Janeiro e São Paulo.


Bjos
Mizica

Oi Mizica,
Mas você vê o seguinte, no final Caetano diz,
" E os novos bahianos passeiam por sua garoa e hoje podem curtir você numa boa".
Resultado, apesar do susto e da rejeição inicial, do que pra ele seria uma realidade diferente, entende e aceita, expressa isso também, quando fala sobre Rita Lee, que ele ainda não conhecia na sua mais completa tradução.
Eu viajei esse país do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte , parando em todas as praias do litoral, fora o interior de diversas cidades do RJ, SP e MG, Serras Gaúchas e por aí a fora. Sempre em cada lugar que fui, o povo reclamava ou gostava de sua própria cidade, ou fazia qualquer comentário sobre o Rio bom ou ruim, mesmo sem conhecer. Penso que o homem não se vê por inteiro, se fragmenta e se agarra aos pedaços conhecidos como a mais absoluta verdade.
Credo!!! estou falando igual ao Zaratustra de Nietzsche que o Monstrinho postou em outro tópico hahaha!!!!! Mas é verdade, nos vemos separados em países, estados, cidades, casas e quartos. Religiões, seitas, cor de pele, condição social, pão doce e pão salgado, tacacá e feijoada, cada um com uma realidade construída, sem enxergar o todo. Isso pode-se se falar também na própria visão de si mesmo, o lado bom é visto e as sombras negadas e escondidas, o desconhecido é rejeitado, ficando apenas com a parte que lhe é familiar e confortável, essa é a causa do sofrimento, porque não nos vemos ou não nos aceitamos por inteiro, buscando uma complementação fora de si, aí se estrepa hahaha!!!!!
Um bjo




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